O caos na saúde de Camboriú

Por falta de gestão e planejamento a saúde em Camboriú está retroagindo.

A Saúde, que foi principal bandeira do Prefeito Elcio Rogério Kunhen (PMDB) durante a sua campanha, não vem desempenhando suas ações de forma planejada. Descumprindo leis e resoluções e com muita dificuldade de vencer a burocracia,  a gestão da Saúde não possuí planejamento, muito menos um plano anual, descontruindo, assim, toda a política de Saúde empreendida nos últimos anos, especialmente na Atenção Básica, que visa a promoção e prevenção da saúde no município.

A falta de planejamento e gestão está gerando um caos na Saúde em Camboriú. Além de postos de saúde abandonados, as unidades em funcionamento estão, na sua maioria, sem manutenção. Outra questão levantada pela nossa equipe – e que foi matéria de indicação e denúncia na Câmara de Vereadores –  é a falta de materiais de enfermagem, expediente e limpeza, comprometendo as atividades desenvolvidas pelas equipes de saúde.

A falta de medicamentos também é uma reclamação constante. O vereador John Lenon Teodoro (PSDB) denunciou a situação em julho do ano passado. No início desse ano, por sua vez, o vereador também denunciou a falta de profissionais, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem; a falta recepcionistas e auxiliares de limpeza. Além disso, os poucos que compõem o quadro de funcionários estão em desvio de função, atendendo no Hospital ou recebendo pelo NASF – Núcleo de Atenção a Saúde da Família, podendo incorrer em ação de improbidade administrativa.


Vereador John Lenon – PSDB 

Sendo assim, muito embora no Plano de Governo tenham sido apresentadas inúmeras ações que seriam realizadas pela atual gestão, como a integração e a modernização do prontuário; – que não foi realizada, mesmo recebendo uma emenda parlamentar conquistada pela gestão passada: os computadores estão nas caixas fechadas – a questão da Saúde segue imersa em inúmeros transtornos, sobretudo, aos pacientes.

Além do fato de não ter sido dado continuidade às obras inicidas pelo governo anterior, as unidades do Santa Regina e Areias estão abandonadas. Outro problema grave é a falta de processos seletivos e concurso público.

Ter priorizado a reforma do Hospital para realizar cirurgias eletivas, de certa forma, trouxe benefícios à comunidade atendida. Contudo, por outro lado, negligenciou-se a atenção básica, isto é, os atendimentos nos postos de saúde.

Mesmo assim, ainda há falta de profissionais no hospital, como enfermeiros e técnicos; bem como na manutenção e limpeza, prejudicando o atendimento e a qualidade do serviço.

Desde o ano passado, a Secretaria de Saúde deveria ter aberto um processo seletivo do ESF para contratação de profissionais que estão em falta nos postos. É por esse motivo que não se pode, atualmente, sequer contratar e repor técnicos de enfermagem e demais profissionais que estão faltando nos postos.

Faltam médicos em alguns postos, e quando sai algum, a reposição é muito lenta por parte da gestão, deixando a população sem médico por muito tempo.

Também o município recebe 40 mil reais de recurso para o NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) que são para contratar profissionais como psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, educadores físicos,dentre outros; para trabalharem e apoiarem as equipes dos postos de saúde. No entanto, na realidade, foram contratadas apenas duas coordenadoras que nem nos postos atendem e sequer desenvolvem ações com os profissionais dos postos.

Além de não terem planejamento e uma rotina definida, há o agravante de vários profissionais de saúde estarem adaptados de forma ilegal nos cargos, acumulando funções na secretaria e no NASF. A gestão prometeu, no ano passado, que abriria um processo seletivo para regularizar o NASF, mas até a presente data não realizou o processo.

As obras de construção dos postos de saúde dos bairros Areias e Santa Regina continuam inacabadas desde 2016. O Governo Municipal recebeu, ano passado, R$ 370 mil para a conclusão da obra, porém, não tomou as devidas providências. As obras estão abandonadas e, inclusive, saqueadas e depredadas por falta de vigilância; transformando-se, não raras vezes, em ponto de consumo de drogas.

Demora nos exames, nas ressonâncias, nas ultrassons e nas consultas de especialistas como cardiologistas, endocrinologistas, que a atual gestão sequer contratou; e a desorganização administrativa prejudicam os pacientes que estão, há muito tempo, nas filas esperando esses atendimentos. Além disso, se tornou comum a perda de encaminhamentos, protocolos e documentos pela Secretaria de Saúde, trazendo sérios problemas aos pacientes.

A UPA do Tabuleiro está atendendo sem a máquina de raio-x de última geração que foi adiquirida pela antiga gestão: além de não a colocarem em funcionamento, a máquina sequer se encontra mais na unidade. Também falta desfilibrador e aparelho de eletrocardiograma,  comprometendo o atendimento médico e colocando em risco a vida dos pacientes.

O Programa Estratégia Saúde da Família está abandonada e não possui planejamento, além da falta de Agentes de Saúde e profissionais, deixando várias áreas do município descobertas e prejudicando um número alto da população, que não recebe visitas e acompanhamento dos agentes de saúde. Isso para não mencionar o fato de que foi a atual gestão que fechou o atendimento da policlínica à noite.

A falta de profissionais no setor TFD (Tratamento Fora Domicilio) também vem sendo um problema grave e pacientes da hemodiálise sofrem com o transporte inadequado.

O Sistema Único de Saúde deve ter seu fluxo e estrutura da rede funcionando de forma harmônica e sincronizada. Contudo, uma gestão ineficiente prejudica a qualidade e a prestação dos serviços ofertados para a população, dos postos de saúde (porta de entrada) ao CEDIT – Centro de Diagnostico e Tratamento, CAPS – Centro de Atenção Psicosocial, CERFIS – Centro de Reabilitação Fisioterapêutica.

Ou seja, a atual gestão não consegue organizar nem a Atenção Básica, que são os postos de saúde; nem a média complexidade, que são os exames e médicos especialistas. Quem dera a alta complexidade, que é o hospital! O despreparo, a inexperiência e a falta de gestão é total e visível, refletida em todos os serviços de Saúde da nossa cidade.

O dever do prefeito, na Saúde, é seguir o protocolo do SUS, organizar – com planejamento – uma gestão eficiente e com profissionais capacitados em todos os setores; bem como ações voltadas para a promoção e a prevenção. Mas, na prática, a única ação do governo é a da desorganização, “na qual os serviços, sem a gestão adequada, estão retroagindo”, destacou o Vereador John Lenon Teodoro (PSDB), que desde o início de seu mandato, tem fiscalizado e acompanhado as ações na área da Saúde.

É preocupante o descaso dessa administração com a Saúde, pois é inaceitável um prefeito médico não proporcionar aos munícipes um atendimento humanizado e adequado. Se a saúde estava ruim, agora está pior.“O atual governo se esconde na desculpa do passado e na transferência de responsabilidade, sendo que esse governo, só neste ano, tem mais de 33 milhões de orçamento na Saúde. Infelizmente estão apanhando para a burocracia e a falta de gestão”, finalizou o Vereador.

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