Militares compram 35 mil comprimidos de Viagra e 60 próteses penianas infláveis

Os medicamentos foram comprados pelas Forças Armadas, as próteses pelo Exército. Deputado do PSB de Goiás investiga por que militares gastaram tanto dinheiro público para tratar de disfunção erétil.

As Forças Armadas, que reúne no Exécito, a Marinha e a Aeronáutica 360.000 soldados ativos, compraram, com dinheiro público Viagra, próteses penianas de até 25 centímetros e remédio para calvicie.

Os 35 mil comprimidos de Viagra, medicamento usado para tratar disfunção erétil, segundo texto da colunista do jornal O Globo Bela Megale, publicado nesta segunda-feira (11), foram comprados pelas Forças Armadas. Com o mesmo objetivo o Exército comprou 60 próteses penianas infláveis no valor de R$ 3,5 milhões, afirma texto dos colunistas Guilherme Amado e Edoardo Ghirotto, publicado nesta terça-feira (12), no Metropoles.

As Forças Armadas também compraram o Minoxidil e a Finasterida, os dois principais medicamentos usados para combater a calvície masculina, por um custo de R$ 2,1 mil empenhados entre 2018 e 2020.

Os dados de ambas as compras são do portal da Transparência e do painel de preços do governo e foram compilados pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO).

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Sobre a compra do Viagra, o deputado pediu explicações ao Ministério da Defesa, chefiado pelo general do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que substituiu o também general Walter Braga Netto, que deve ser o candidato a vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

De acordo com o deputado, 8 processos de compra de Viagra foram aprovados desde 2020, e ainda estão em vigor neste ano. Nos processos, o medicamento aparece com o nome genérico Sildenafila, nas dosagens de 25 mg e 50 mg. A maior parte dos medicamentos é destinado à Marinha, com 28.320 comprimidos. Outros 5 mil comprimidos são para o Exército e 2 mil para a Aeronáutica.

Por meio de nota, a Marinha disse que o Viagra seria usado para o tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar, “doença grave e progressiva que pode levar à morte”. O Exército também apresentou a mesma justificativa, dizendo que os hospitais da corporação, que atendem os militares e seus dependentes, devem ter o medicamento para tratar a condição.

A alegação foi desmentida por especialistas. A pneumologista que coordena a Comissão de Circulação Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Verônica Amado, disse ao UOL que a dosagem de 25 mg como a do Viagra, não é a prevista na literatura médica para tratar hipertensão arterial pulmonar.

No caso da compra das próteses penianas, o deputado Elias Vaz, e o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) vão pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF) para investigar e determinar o por quê da compra, segundo o Metrópoles.

O Portal da Transparência e o Painel de Preços do governo federal apontam que foram feitos três pregões eletrônicos no ano passado para comprar os produtos, cujo comprimento varia entre 10 e 25 centímetros.

O primeiro pregão teve a compra de dez próteses, autorizada no dia 2 de março de 2021, no valor de R$ 50.149.72 cada, para o Hospital Militar de Área de São Paulo. O fornecedor foi a empresa Boston Scientific do Brasil LTDA.

Um segundo certame estabeleceu, no dia 21 de maio de 2021, a aquisição de 20 próteses, ao custo de R$ 57.647,65 cada, para o Hospital Militar de Área de Campo Grande (MS). A empresa fornecedora foi a Quality Comercial de Produtos Médicos Hospitalares LTDA.

O terceiro pregão determinou, no dia 8 de outubro de 2021, a compra de 30 próteses, cada uma orçada em R$ 60.716,57, para o Hospital Militar de Área de São Paulo. A empresa Lotus Medical Distribuidora e Comércio de Produtos Médicos Eireli foi encarregada de fornecer as unidades.

Militares gastam rios de dinheiro público

Os gastos escandalosos dos militares envolvem ainda a compra de m1.183 toneladas de filé mingon, picanha, salmão e outros luxos como uisques, bacalhau e todo tipo de iguaria que só a classe alta do país tem acesso.

Levantamento nas contas públicas do Ministério da Defesa também realizado pelo deputado federal Elias Vaz, que identificou apenas de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022 a aquisição de 557 toneladas de filé mignon, 373 toneladas de picanha e 254 toneladas de salmão o que totaliza astronômicas 1.184 toneladas dessas carnes.

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