Educação de Camboriú em decadência

Ginásios de esportes e quadras esportivas sucateadas, falta materiais, professores, monitores de inclusão e manutenção nas escolas . Para piorar as salas de aulas estão superlotadas nas escolas e nos centros de educação infantil. A situação em que se encontra a educação no município preocupa pais e até mesmo professores.

Sobre a falta de monitores de inclusão nas escolas

Na edição 008 e 009  do nosso jornal, trouxemos reportagens sobre a falta de monitores na escolas de Camboriú.
O problema continua!

A mãe Adriana da Silva Venâncio reclamou que seu filho de 10 anos, que sofre de autismo, estava sem aula por conta da falta de monitor de inclusão no CAIC Monte Alegre. Esse, contudo, não seria o único caso.

Em um contexto onde se fala cada vez mais sobre inclusão social, ainda existem, infelizmente, casos em que pessoas com deficiência são prejudicadas pela falta de acesso a serviços básicos, como poder frequentar a escola.

A desculpa é que o problema iria ser resolvido, mas até agora nada foi feito. No CEI Eurípedes está acontecendo a mesma coisa,

O drama dos pais

Samara Bittencourt,que tem seu filho matriculado e frequentando a terceira série também no CAIC, disse que todos os dias tem um diferente substituindo.

“Está cada vez mais difícil sem monitores, sem professores, sem administração. Está aí a mudança”, disse Luciano Flor.

Graziela Ferreira disse que está esperando ser chamada e está desacreditada dessa administração e daSecretaria deEducação que, segundo ela, é só privilégios para quem lhes interessa.

Outro problema foi levando por Maristela Sutil. “Um absurdo total! As monitoras são chamadas, correm atrás dos documentos exigidos para começar a trabalhar, mas quando chegam para fazer o exame admissional, deparam-se com uma fila imensa, simplesmente porque o médico não foi atender. Com a demora na contratação, quem mais sofre são as crianças”, comenta.

Agora, um mês após, o problema continua. Então fomos trás de explicações e conversamos com a professora Shirley da Escola – EBM Anita Bernardes Ganancini, localizada no Monte Alegre e que sofre o drama.

A escola possui 18 alunos com necessidades especiais e faltam no mínimo mais quatro ou cinco Monitores de Inclusão.

O Janelão – Professora o que acarreta essa falta de monitores nas salas de aula?
Professora Shirley – Eu acredito que a deficiência no atendimento dos demais alunos, não só de demais alunos, mas também nos alunos com deficiência. Por que o professor que tem mais de 30 alunos numa sala e dois ou mais alunos com deficiência vai fazer um trabalho de qualidade? Isso não vai acontecer, isso é uma utopia. Então o que falta para nós, é que secretária de educação tenha um olhar diferenciado nesse sentido. E que nos atenda mais rápido possível. Nós professores, estamos esgotados de não dar conta e não estamos conseguindo fazer um bom trabalho. O que se quer é um ensino de qualidade, tanto para os alunos com deficiência, quanto para os demais alunos. O que não pode ser feito, é deixarem as coisas rolarem com estão rolando.

O Janelão – Por que professora?

Professora ShirleyPor que nós estamos terminando o primeiro trimestre e ainda não foi solucionado. E, além disso, temos a falta de professores específicos, comopor exemplo de Inglês.

O Janelão – Todas essas demandas já foram levadas para a Secretária de Educação?

Professora ShirleyJá! Tudo isso é de conhecimento da secretaria, sim. Com certeza, eles têm plena consciência disso, eles sabem de todas as demandas das escolas e eu não estou dizendo que essa seja uma demanda somente dessa escola; eu acredito que outras escolas estejam passando pelo mesmo problema. Mas eu acredito que a escola Anita é uma escola grande e precisamos desse suporte o mais rápido possível, por que a gente cobra do diretor o tempo todo, mas uma andorinha só não faz verão. O diretor sozinho não vai resolver o nosso problema. Mas, muito me admira é que as pessoas que estão na Secretaria de Educação, são profissionais de sala de aula, eles sabem com é nosso dia a dia, elessabem com é o cotidiano de um professor comoo Anita. As nossas escolas tem que ser melhor assistidas. Talvez esteja faltando profissionais -eu não estou lá dentro para poder falar -, mas está faltando um pouco mais de empenho nesse sentido.

As famílias estão sendo orientadas a entrar com uma ação no Ministério Público, para que o órgão busque a solução de tantos problemas junto à Secretaria de Educação.

Escolas sucateadas

Falta materiais esportivos de todos os tipos; na Escola Anita Ganancini,os alunos não possuem nem traves na quadra esportiva, estão usando improvisando com balizas. Um caos.

Pra piorar, a ex-prefeita Luiza comprou as estruturas de pé direito para fixação de tabelas e suportes do basquete, que estão na escola jogadas ao tempo, se deteriorando com o passar dos dias. Só falta instalar, mas já se passaram 15 meses do novo governo e nem isso foi feito.

Em muitas escolas, como o CAIC no Monte Alegre, chove dentro e seguidamente alunos alguns alunos ficam sem aulas. Como foi o caso da segunda-feira(26).

Problemas também no transporte público dos alunos

O translado dos alunos está sendo realizado sem as devidas proteções, e as falhas.
“Não bastassem as péssimas condições dos ônibus e a sobrecarga na jornada que os motoristas possuem, os alunos são transportados em ônibus lotados. É descumprimento do Código de Trânsito (falta técnica grave), e a irresponsabilidade é da Secretaria de Educação de Camboriú”, relata John Lenon, que vistoriou a situação.

“A frota da Secretaria de Educação está com muitos problemas. Fiscalizei pessoalmente e as imagens comprovam as dificuldades: fora e dentro dos ônibus existem graves problemas. Precisamos efetivar um Pacto pela Segurança Escolar, esse é meu objetivo. Entregarei para a Secretaria de Educação a lista com todas as reivindicações, denúncias e apontamentos para soluções”, desabafou o vereador

Negligência da secretaria nas escolas

Foto: Divulgação Vereador John Lenon

No dia 12 de março o vereador Samuel Violante-DEM, esteve com o Vereador John Lenon-PSDB, no CEI Eurípides, e constaram umaobra paralisada e a cozinha improvisada, igualmente na Artur Schmann, CAIC (CEI e Escola), Abalor Américo Madeira, entre outras unidades com falta de professores.

“A Secretaria Municipal de Administração, comandada pelo Vice-Prefeito Ramon Jacob, mandou pó de brita para ser colocado no Parquinho do CAIC. Além de sujar a roupa e o corpo das crianças, o pó de brita pode ocasionar alergias nos pequenos, gerando muitos outros males”, alertou o vereador John Lenon.

Os alunos estavamse secando com um lençol, por não haver toalhas na unidade! O parlamentar solicitou as devidas providências da Secretaria Municipal de Educação.

O que diz a secretária de Educação

Depois de aguardar algum tempo, a Secretaria da Educação mandou nota, à guisa de esclarecimento sobre as denúncias:

A Secretaria de Educação de Camboriú passou a oferecer, este ano, inglês também para o ensino fundamental, o que aumentou a demanda por estes profissionais. Ocorreu uma dificuldade de suprir o quadro com estes professores – foram chamados todos os aprovados no processo seletivo do início do ano, chamados aprovados no concurso público e aberto processo seletivo especial (realizado nessa segunda-feira). Assim, espera-se regularizar esta situação de falta de professores de inglês.

Com relação aos monitores de inclusão foram feitos vários chamamentos. Em alguns casos isolados, a Secretaria tem a necessidade de receber novos laudos da família – há casos de laudos de 2012, que precisam ser atualizados de acordo com o exigido pela legislação. Assim que estes laudos forem atualizados e a necessidade constatada, novos monitores serão chamados.

 

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