Aumento do diesel reacende ameaça de greve dos caminhoneiros 

Áudios que circulam entre associações e lideranças mostram descontentamento crescente da categoria. Adesão à paralisação, que até então era minimizada pelo governo, pode ganhar corpo, e o sentimento é de “traição” com aumento do diesel. 

Entidades que representam a categoria convocaram uma greve nacional para o próximo dia 1° de fevereiro. Governo negocia com lideranças.

O segundo aumento do ano no preço dos combustíveis, anunciado na terça (26/1) pela Petrobras, está movimentando grupos de caminhoneiros no WhatsApp e fomentando a adesão a uma grave que já estava marcada para o dia 1° de fevereiro, mas que divide a categoria.

Lideranças dos transportadores dizem que vinham dialogando com o governo para frear novos aumentos nos custos e se sentiram traídos pelo anúncio de reajuste de 4,4% no diesel nas refinarias, que equivale em média a um aumento de R$ 0,09 por litro nas refinarias – nas bombas, a alta pode ser maior.

 “Lamentável o reajuste da Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres)”, disse Dahmer em comunicado da CNTTL. “Hoje temos um piso mínimo da fome. Vamos dar um basta nisso. Vamos cruzar os braços no dia 1º.”

A greve nacional está sendo convocada por organizações menores há algumas semanas para 1º de fevereiro, por tempo indeterminado. A CNTTL afirma que tem 800 mil motoristas em sua base e que orienta todos a aderirem à paralisação.

O porta-voz da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga) de Ijuí-RS, que também é vice-presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), disse que a categoria não suporta a “insensibilidade” do governo de Jair Bolsonaro e do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre reivindicações do setor.

O único reajuste foi de 2,51% que é ínfimo. Só para se ter ideia, o preço do pneu teve aumento nos últimos três meses de mais de 60%, seja nacional ou importado. 

O reajuste no diesel num momento em que os caminhoneiros acreditavam ter um compromisso do governo é uma “ferramenta para agitar a greve”, segundo o assessor executivo da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maues. A entidade vem desencorajando a greve e insistindo no diálogo com o Ministério da Infraestrutura, mas Maues conta que a insatisfação dos profissionais está muito alta.

“Já recebemos a sinalização de que o governo está tentando anular o impacto na bomba reduzindo PIS e Cofins, que são impostos federais, mas não é suficiente, precisa que os estados baixem o ICMS também”, reivindica o assessor executivo da CNTA. “Então, a gente prefere mobilizar os interessados nesse ato de segunda-feira para a redução no ICMS.”

Créditos da reportagem e links para mais informações  👇

Veja também:

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Opinião: Sobre a possível grave

Apesar de importante para a categoria, nós do Portal de notícias O Janelão, acreditamos que a greve chamada por parte da categoria para 1º de fevereiro não deve acontecer, já que boa parte dos caminhoneiros segue, na sua visão, “muito apaixonada ainda” pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Quem lembra de maio de 2018. 👇

Posto Distriboi em Monte Alegre, Camboriú.

O que disse o Governo Bolsonaro

O Ministério da Infraestrutura afirmou em comunicado que não aceita receber para negociar nenhuma entidade que fale em indicativo de greve.

“Nenhuma associação isolada pode reivindicar para si falar em nome do transportador rodoviário de cargas autônomo e incorrer neste tipo de conclusão compromete qualquer divulgação fidedigna dos fatos referentes à categoria.”

Diz Ministério da Infraestrutura 

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