A disputa entre os milhões e os tostões

Se as diferenças entre Gelson Merisio (PSD) e o Comandante Moisés (PSL), que disputam o segundo turno em Santa Catarina, fossem a primazia de ter o apoio do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) – resolvida no vídeo divulgado na última quarta (10), que você confere neste blog em (https://bit.ly/2OYyC7i) – ou a estrutura de equipes formadas para apoiar a candidatura, saiba em que, em termos de arrecadação, não há dúvida de que este é um embate entre o “milhão e o tostão”.

Os números divulgados pelo portal do Tribunal Superior Eleitoral sobre a prestação de contas dos candidatos mostram que Merisio, previamente denominado “o mais rico desta eleição”, arrecadou, até o momento, R$ 4.644.314,27(quase R$ 4,7 milhões), com despesas contratadas de R$ 5.468 milhões, das quais R$ 4,436 milhões foram pagas.

Os valores vieram, na maioria, do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário, ambos com dinheiro público.

É uma montanha de dinheiro se comparada com a contabilidade de Moisés, que arrecadou R$ 72,767 mil, contratou despesas de R$ 378,9 mil e pagou R$ 43,6 mil, quase tudo de outras fontes que não do dinheiro público.

Os valores devem subir substancialmente no segundo turno, embora os gastos não possam ultrapassar R$ 9,1 milhões para cada um deles.

A sugestão da coluna é a de que o eleitor acompanhe todos os dias os movimentos em https://bit.ly/2PHkyvp. No mínimo lhe dará uma noção de qual a diferença entre a velha política e a nova política em cifras.

Maiores gastos

As brutais disparidades de gastos se explicam também pelo tempo de exposição no rádio e na TV. Merisio teve o seu maior gasto na produção dos programas: R$ 2,627 milhões para os 3 minutos e 12 segundos. Já Moisés, que tinha os poucos sete segundos de propaganda na mídia eletrônica, gastou mais em publicidade de materiais impressos: quase R$ 162 mil. Ambos terão cinco minutos cada a partir desta sexta (12).

Vale comparar

Se você imagina que Merisio é o que mais gastou nestas eleições, saiba que, derrotado no 1º turno, Mauro Mariani arrecadou R$ 6,5 milhões, a maior parte do Fundo Eleitoral com dinheiro público. Isso só aumenta a tragédia da campanha do MDB, que contratou, de acordo com a prestação de contas do TSE, R$ 5,4 milhões em despesas e pagou quase R$ 4,6 milhões. Mariani possuía o maior tempo de rádio e TV, no primeiro turno: 3 minutos e 34 segundos.

Aprofunda, Merisio!

Propaganda nas redes sociais, favorável a Merisio, que afirma que o candidato do PSD é ficha limpa, ataca fortemente Moisés e informa que o candidato do PSL aposentou-se como bombeiro militar aos 48 anos de idade e com salário de R$ 26,5 mil por mês renderá muita repercussão. A atitude de Merisio seria louvável se ele levasse a questão não para o lado pessoal, não apenas contra Moisés, mas questionasse todas as demais aposentadorias especiais de bombeiro e policiais militares, policiais civis, magistrados da Justiça Estadual e integrantes do Ministério Público, duas instituições onde o candidato do PSD tem muitos amigos poderosos.

Hipocrisia

É que o candidato Merisio e seus marqueteiros desconhecem, propositalmente, que esta regra de aposentadoria especial, que também inclui setores da saúde e do magistério, é federal e que este tipo de cobrança pode garantir votos, mas um desconforto junto às categorias, protegidas por lei em função de exercerem atividades de risco e estresse elevados. A “denúncia” contra Moisés só valeria se Merisio comprovasse que a aposentadoria tem alguma irregularidade. Fora disso, trata-se de tamanha hipocrisia.

DIVULGAÇÃO

COM TIETAGEM NO AEROPORTO

A viagem do candidato Comandante Moisés e do presidente estadual do PSL, Lucas Esmeraldino, ao Rio de Janeiro, teve direito à tietagem no Aeroporto Hercílio Luz, na Capital. Eleitores cercaram o grupo pró-Bolsonaro e tiraram self, além de registrar o embarque. Simpático, Moisés atendeu a todos. Fopi o Rio participar de encontro nacional da sigla e deve voltar com um vídeo, na bagagem, ao lado do presidenciável Jair Bolsonaro.

E com Bolsonaro

Comandante Moisés participou de um encontro de Jair Bolsonaro com seus aliados, Merisio não. Este é um dos muitos sinais de que o presidenciável se arrependeu das declarações à rádio Jovem Pan, em que havia pregado a neutralidade em Santa Catarina. Mas o que Moisés e Lucas Esmeraldino tiveram ouvir os conselhos de seu líder. Ele pediu aos aliados para que não falem com a imprensa que, em sua opinião, “é toda de esquerda” e “quer arranjar um meio” de desgastá-lo, embora tenha dito, ainda, que que vai defender a liberdade de imprensa e que seu plano não inclui o controle social da mídia. “Pessoal da imprensa, porque não dizer amigos, queremos que vocês sejam realmente independentes e tenham responsabilidade em tudo aquilo que escrevem”, afirmou Bolsonaro, mesmo que, durante o evento, alguns repórteres foram vaiados e hostilizados por partidários dele.

Junto com ele

O senador eleito Esperidião Amin (Progressistas) acompanhou Gelson Merisio na visita a Criciúma nesta quinta (11). E conversou com eleitores a quem pediu voto ao pessedista na rua, sem bandeiras ou aparato de militantes. Amin fez quase 104,2 mil votos a mais do que Merisio, embora concorresse ao Senado.

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NA LINHA DE FRENTE

Quem imagina que o senador eleito Jorginho Mello (PR) parou para descansar depois de eleito, engana-se. Jorginho tem percorrido o Estado e, nesta sexta (12), estará em Campos Novos para participar das comemorações religiosas do Dia de Nosse Senhora Aparecida, santa católica da qual é devoto fervoroso. Como percorreu todas as regiões do Estado, não deixou de lembrar de quem o ajudou. No retorno à Herval d’Oeste, sua terra natal, parou no Restaurante do Gringo, em Erval Velho, e posou com os frentistas para registrar a vitória com uma turma pé-quente. É que, com campanha franciscana, o senador eleito, que é deputado federal, parava no lugar para gravar muitas externas de seu programa. Deu sorte!

Agenda

Empenhado em pedir votos para Jair Bolsonaro no segundo turno, Jorginho Mello já tem, entre suas metas, debater fortemente a questão das pesquisas de opinião pública em uma eventual reforma política. Para Jorginho, as regras devem ser mais severas e chega a expor que o ideal seria o banimento deste instrumento nas campanhas. E tem suas razões: ele nunca apareceu em segundo lugar nas pesquisas, no máximo indicava ser o único com crescimento nas intenções de voto.

No vídeo

A absurda acusação de que existem problemas nas urnas eletrônicas e a disseminação de notícias falsas (fake News) nas redes sociais de que isso levaria a alterar os resultados levaram a Justiça Eleitoral a acionar a Polícia Federal para identificar os responsáveis, que serão processados. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Ricardo Roesler, fez fortes declarações em defesa do processo. Acompanhe no vídeo em https://bit.ly/2NCtn8m .

* O SBT Santa Catarina faz o primeiro debate com Merisio e Moisés, nesta segunda (15), a partir das 23h15min. E a Acaert reúne os candidatos ao governo, a partir das 9h, de quarta (17), no Hotel Majestic.

* A única pesquisa registrada no TSE para ser divulgada no dia 17, próxima quarta, é do Instituto IPC, contratada pela Rádio Som Maior FM, de Criciúma, que somente considera a região carbonífera para fins de desempenho dos dois candidatos ao governo.

* Um movimento de 10 meses, que trabalha com tríplice hélice (empresas, governo e academia), o Pacto pela Inovação em Santa Catarina deveria servir de parâmetro para os candidatos que disputam o governo no segundo turno.

* A ideia agora é envolver os jornalistas formadores de opinião em um processo que não termina com a importante instalação de centros de inovação no Estado, único que implementou este modelo.

* As palavras de Daniel Leipnitz, presidente da Associação Catarinense das Empresas de Tecnologia de Santa Catarina (Acate), são definitivas quando se trata de empreendedorismo e do investimento para a criação de novas startups: “Se esta turma que sai da universidade não gerar uma Nota Fiscal no futuro, tudo irá por água”.

* O tucano Marco Tebaldi, que não se reelegeu deputado federal, mantém o ponto de atrito com o MDB de Joinville: no Estado vai de Gelson Merisio.

* Mesmo sem falar com o Comandante Moisés, o deputado Valdir Cobalchini, o mais votado do MDB à Assembleia, pela terceira vez, declarou o voto no candidato do PSL ao governo.

Via Portal Makingof

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