Nos últimos dias, a educação em Santa Catarina tem sido o centro de um intenso debate, especialmente após a autorização do Governador Jorginho Mello de um reajuste salarial de 11% para os professores. Porém, essa medida gerou polêmica e descontentamento entre os profissionais da educação. Vamos analisar os detalhes e implicações dessa decisão.
Entenda o contexto do aumento
O tal reajuste de 11% é uma adição aos 6,5% já autorizados em novembro do ano anterior, totalizando um incremento salarial de até 17,5% em um ano. Contudo, essa porcentagem não é universalmente aplicável a todos os educadores. Uma análise mais minuciosa revela que apenas 40% da categoria poderá usufruir desse reajuste integral.
Abono de R$ 3 mil: Metas erxclusões
Um dos pontos mais controversos é o abono de R$ 3 mil, que será concedido somente aos professores que alcançarem metas definidas pelo governo. Essa política exclui uma parcela significativa da categoria:
– Aposentados: Não terão direito ao abono.
– Profissionais afastados por saúde: Também ficam de fora.
– AEs (Auxiliares Educacionais), ATPs (Assistentes Técnicos Pedagógicos), Especialistas e Readaptados: Serão excluídos dessa valorização.
– Escolas com baixo desempenho: Aqueles que atuam em periferias ou que carecem de infraestrutura e profissionais qualificados são igualmente penalizados.
Essas exclusões levantam sérias questões sobre a equidade das políticas de valorização docente e se realmente atendem às necessidades dos professores que mais necessitam de apoio.
A Realidade do reajuste
A crítica à implementação do reajuste é contundente. Muitos professores estão recebendo aumentos irrisórios, com alguns relatando um incremento de apenas R$ 26 ao longo de quatro anos. Além disso, a proposta inclui um aumento adicional apenas no final do ano (4,5%), o que não atende à urgência das necessidades financeiras dos educadores.
O que se observa é uma manipulação da tabela salarial que faz parecer que há um aumento significativo, enquanto muitos educadores continuam a receber valores insuficientes para suas necessidades básicas.
Classe promete luta por valorização real
A insatisfação entre os professores é palpável. A proposta apresentada pelo governo não reflete uma verdadeira valorização profissional. Para muitos educadores, o aumento parece mais uma “maquiagem” do que uma solução real para os problemas enfrentados na educação catarinense.
Os profissionais da educação estão sendo convocados a se mobilizar e decidir em assembleia qual será o curso da luta por seus direitos. A demanda é clara: um reajuste justo e abrangente para todos, sem discriminação ou exclusão.
A educação em Santa Catarina merece mais do que migalhas; ela precisa de um investimento sério e comprometido com o futuro dos seus estudantes e educadores.
Até agora o Governo do Estado não se manifestou sobre o assunto.
Jornalismo O Janelão