Wassef se junta a Bolsonaro e Cid na lista de indiciados da PF

Advogado de Bolsonaro complicou sua situação ao tentar isentar o ex-presidente pelo “resgate” de Rolex vendido nos EUA.

O advogado Frederick Wassef se juntou a Bolsonaro e Mauro Cid na lista de suspeitos que deverão ser indiciados pela Polícia Federal (PF) no caso da venda de joias e presentes do ex-presidente.

“Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos, eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos, em um banco em Miami, e usei do meu dinheiro para pagar o relógio. Então, o meu objetivo quando eu comprei esse relógio era exatamente para devolver à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República. Isso, inclusive, por decisão do Tribunal de Contas da União”, disse o advogado nesta última terça.

Ele também foi questionado sobre a motivação para a aquisição do relógio e disse ter “tomado a decisão de comprar”.

O Rolex é vendido em sites por preços a partir de R$ 364 mil.

 

 

Confessou

“Foi solicitado, comprei e fiz chegar ao Brasil. Agora, se o senhor quiser perguntar detalhamento – ‘olha, qual voo?, a que horas que entrou?, para quem você deu?’ -, neste momento eu não vou poder falar”, prosseguiu. “Quem solicitou não foi Jair Bolsonaro. Não foi o coronel [Mauro] Cid.”

Um relatório enviado pela PF ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, apontou que Wassef recomprou nos Estados Unidos um relógio da marca Rolex recebido em viagem oficial por Bolsonaro e vendido pelo general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, braço-direito do ex-presidente.

O pacote chegou às mãos de Bolsonaro em outubro de 2019, durante uma viagem oficial à Arábia Saudita. Segundo a investigação da PF, o relógio foi recomprado após o Tribunal de Contas da União expedir uma ordem pela devolução dos itens ao Estado.

O relatório sustenta que o Rolex foi recomprado em 14 de março de 2023 por Wassef, que voltou ao Brasil 15 dias depois. Em 2 de abril, Mauro Cid (pai) se encontrou com o advogado em São Paulo e retomou a posse do relógio. No mesmo dia, o general viajou a Brasília e entregou o objeto ao segundo-tenente do Exército Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro.

O general Mauro Cid havia embolsado 68 mil dólares ao vender o Rolex para a empresa Precision Watches, na cidade de Willow Grove, na Pensilvânia. A PF obteve o comprovante de depósito, realizado por meio da instituição financeira Capital One, em 13 de junho de 2022. No dia do pagamento, o montante correspondia a quase 347 mil reais.

“Coincidentemente, na data de 12 de junho de 2022, dia anterior à venda dos relógios, MAURO CESAR LOURENA CID encaminhou para MAURO CID mensagens contendo exatamente os mesmo dados bancários da conta beneficiária do valor de US$ 68.000,00, decorrente da venda dos relógios”, diz o relatório.

Credito: Metrópoles

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