Na manhã desta quinta-feira (6), a sede da Barragem Norte de José Boiteux amanheceu em ruínas, um reflexo da insatisfação crescente entre as comunidades indígenas que há meses aguardam o cumprimento de promessas feitas pelo governo do estado de Santa Catarina. Indígenas de diversas aldeias se mobilizaram na quarta-feira (5) e acamparam nas proximidades da barragem, exigindo ações concretas em relação às melhorias na infraestrutura e na saúde dentro das terras indígenas.
Entenda o caso
Os protestos têm como base a frustração com a falta de diálogo e a inércia do governo estadual. Segundo o cacique Setembrino Camlém, as comunidades tentaram, sem sucesso, agendar reuniões com as autoridades para discutir o andamento das obras prometidas. Apesar dos anúncios feitos pelo estado desde 2023, as ações permanecem apenas no papel.
A Barragem de José Boiteux é crucial para a região e sua manutenção é uma preocupação constante para os moradores locais. Os indígenas reivindicam o início imediato das obras necessárias e a transparência sobre os recursos estaduais destinados a essas melhorias. O temor de confrontos com as autoridades também paira no ar, especialmente após um protesto semelhante em 2023 que resultou em tensão entre manifestantes e forças de segurança.
Resposta do governo
Em resposta à mobilização, a Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil informou que não há vistoria ou visita técnica programada para a barragem. Em nota, o secretário Mário Hildebrandt afirmou estar ciente dos compromissos assumidos e que está trabalhando sob determinação do governador Jorginho Melo para que as promessas sejam cumpridas o mais rápido possível. No entanto, essa declaração não parece ser suficiente para acalmar os ânimos da comunidade indígena, que permanece acampada à espera de um posicionamento concreto.
Destruição e descontentamento
A situação é alarmante: um vídeo que circulou nas redes sociais mostra a sede da Barragem Norte totalmente destruída. Essa destruição serve como um grito por socorro, simbolizando não apenas a falta de ação do governo, mas também o desespero das comunidades que se sentem abandonadas.
Os indígenas continuam firmes em sua luta por seus direitos e pela promessa de um futuro melhor. Enquanto isso, o governo catarinense enfrenta críticas por sua ineficácia em atender às demandas legítimas dessas comunidades. O sentimento predominante é claro: somente quando as chuvas trazem problemas à barragem é que surgem vídeos demagógicos sobre preocupações com a segurança da população local.