Safra da tainha 2021 começa hoje; previsão aponta boas condições para a pesca

Começa hoje, dia 1º, mais uma safra da tainha em Santa Catarina. A temporada segue até o dia 31 de julho. Na Colônia de Pescadores Z33, entre Balneário Esplanada e Barra Velha (no Balneário Rincão), os pescadores já estão prontos para iniciar a pesca e a expectativa é capturar aproximadamente 100 toneladas do peixe.

Em 2020, a safra teve resultados abaixo do esperado. O objetivo inicial era também de 100 toneladas, mas as condições climáticas não foram favoráveis e a meta passou a ser 80 toneladas.

“Só que a gente chegou apenas em aproximadamente 50 toneladas. Faltou muita coisa. Não foi uma situação que aconteceu somente aqui na nossa região, mas em toda costa de Santa Catarina”, lembrou o presidente da Colônia de Pescadores Z33, João Pícollo.

Para 2021 as perspectivas são positivas.

“Geralmente os cardumes começam a aparecer já no início de maio. Estamos em contato com algumas colônias mais ao Sul e eles estão nos informando que já avistaram alguns cardumes se aproximando, o que é positivo, porque os cardumes partem do Uruguai e seguem em direção ao Norte, passando aqui na nossa região”, explicou.

E a chegada do peixe é o que falta para que a pesca inicie.

“Por outro lado, a previsão é de elevação na temperatura nos próximos dias. A gente precisa de frio para que as tainhas se aproximem da costa. Estamos com tudo pronto. Basta apenas os cardumes aparecerem”, pontuou o presidente.

Previsão do tempo

O oceanólogo da Epagri/Ciram, Argeu Vanz, diz que a previsão aponta boas notícias para os pescadores para o início da pesca.

“Tivemos o vento Sul atuando durante esta semana e agora virou para Nordeste. Então as tainhas que saíram com o vento Sul no início da semana devem encostar na praia entre esta sexta-feira e sábado”, disse.

Para a próxima semana, as condições também favorecem a pesca.

“Vamos ter vento Sul e lá para o dia 8 e 9 de maio este vento muda novamente para Nordeste e Leste, fazendo com que as tainhas que saiam nesta nova oportunidade encostem nas praias e nós tenhamos bons lanços de tainha”, completou.

Cuidados contra a Covid-19

Pelo segundo ano seguido, a safra da tainha será em meio a pandemia de Covid-19. Recentemente, o Governo de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, reafirmou aos pescadores a importância de seguir as medidas de prevenção ao coronavírus. Entre as exigências da Portaria SES nº 85/2021 está o uso de máscaras por todos os envolvidos na pesca, além da restrição na quantidade de pessoas que podem permanecer na praia e nos barcos.

Segundo Pícollo, a preocupação é principalmente com a saúde dos pescadores. Na Colônia Z33 pelo menos 400 famílias sobrevivem da pesca. “Estamos orientando também para que os pescadores comercializem o peixe em casa e não na beira da praia, para evitar aglomerações”, ressaltou.

Só que a pesca da tainha, por ser tradição, provoca curiosidades e muitos consumidores querem pagar pelo peixe fresco logo depois de ser pescado. “Pedimos que as pessoas evitem ir comprar a tainha na praia. Se for, que mantenha o distanciamento dos pescadores, use máscara e álcool em gel. A gente sabe que é importante vender o peixe, mas a saúde do pescador é mais valiosa. Esperávamos até que todos os pescadores pudessem estar vacinados para a atividade acontecer com mais segurança, mas não foi possível.

A pesca da tainha na modalidade de arrasto de praia está condicionada ao cumprimento das seguintes regras:

  • Utilização de embarcações e redes de pesca de acordo com as legislações de pesca e de navegação vigentes;
  • O patrão de pesca irá designar duas pessoas para coordenar o cumprimento das normas de prevenção, inclusive na orientação das pessoas não envolvidas na pesca para se retirarem do local;
  • Somente poderão permanecer na praia pessoas envolvidas diretamente na operação de pesca e somente durante o período de realização da atividade, mantendo um distanciamento mínimo de 1,5 metro e usando máscaras;
  • O número máximo de pessoas permitidas na operação de pesca por canoa não poderá exceder 50 para o arrasto com canoa a remo (região de Jaguaruna a Itapoá) e 25 para arrasto com canoa motorizada (região de Jaguaruna a Passo de Torres);
  • Na operação de retirada da rede deverá ser respeitada a distância mínima de 1,5 metro entre as pessoas que puxam a rede;
  • Somente será permitida a permanência no rancho de pesca da equipe mínima envolvida no lançamento da rede (patrão, remeiros, chumbereiro e a pessoa que fica na praia com a ponta do cabo). O restante do grupo deverá aguardar o chamado em abrigos temporários, ao longo da praia ou nas suas casas, com uso de avisos sonoros, chamadas através de whatsapp ou rádio.
  • Deverá ser evitado a participação de pessoas pertencentes aos grupos de risco nas atividades que envolvem o arrasto de praia da tainha;
  • Manter a disponibilidade de álcool 70% para desinfecção frequente, quando possível, sob fricção de superfícies expostas, como mesas, utensílios, vasilhames diversos, entre outros;
  • Após o término da pescaria as pessoas deverão sair da praia o mais rápido possível, evitando qualquer tipo de concentração além das estritamente necessárias ao exercício da pesca;

Atenção para a documentação

Por fim, o presidente ressalta que os pescadores precisam estar atentos às documentações necessárias para praticar a pesca. “O pescador que tiver com sua carteirinha, com adesivo no carro e número do RGP não precisa se preocupar. Pode ter acesso a orla com seus veículos. Quem ainda está com alguma documentação atrasada, deve procurar a nossa colônia para legalizar”, informou.

Credito: Epagri SC

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