Projeto monumental e luxuoso marca primeiro porto para cruzeiros de Balneário Camboriú

Projeto monumental e luxuoso marca primeiro porto para cruzeiros de Balneário Camboriú.

Projeto BC Port terá investimento aproximado de R$ 320 milhões, sete andares e ampla área comercial.

BC Port: primeiro porto para cruzeiros de Balneário Camboriú terá dimensões monumentais e projeto luxuoso.
Imagens: Divulgação

Toneladas de pré-moldados de concreto carregados em barcaças por cerca de 1,5 quilômetros, entre o canal do Rio Camboriú e o mar da Praia Central de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, poderão ser comuns na vista litorânea daqui a, aproximadamente, seis meses. Isso porque a empresa PDBS recebeu, nesta quarta-feira (25), autorização do governo federal para exploração de uma parte do Molhe da Barra Sul e da lâmina d’água, como parte de um projeto de investimento nacional do turismo náutico.”

Projeto BC Port

A luxuosidade do projeto é condizente com a fama de “Dubai brasileira” do município. O BC Port, como é chamado, contempla 58 mil m² e sete andares, com uma área comercial de desembarque, mezanino aberto ao público, 21 restaurantes, 60 lojas e 14 quiosques e uma área de entretenimento aberta o ano inteiro. Além de dois andares de hotel e um clube noturno. O investimento previsto é de aproximadamente R$ 320 milhões.

“Para compensar a estrutura bruta, a empresa optou pelo revestimento com tecido Têncil Stamisol, tecido bioclimático composto de atributos térmicos, estéticos e ecológicos. Assim, de dentro, o turista terá visão da Praia Central de Balneário Camboriú, do Morro da Aguada, ou do transatlântico estacionado à sua margem. Para quem está no litoral, a vista é de uma estrutura harmônica do tecido, montado em camadas, semelhante a escama de um peixe. Neste caso, o peixe robalo, inspiração para o desenho do projeto.

Design

Inspirado no corpo alongado e escamas cinza metálico do robalo, o designer e artista Gilmar Santos Leite deslumbrou os primeiros rascunhos do empreendimento. O peixe é muito comum na região e um atrativo para pescadores no Molhe da Barra Sul. As linhas do BC Port foram inspiradas no peixe que também dá nome ao rio e aos municípios que ele divide, Balneário Camboriú e Camboriú, que no tupi-guarani significa “rio de grandes robalos”.”

“As leituras históricas e pesquisas sobre design, sustentabilidade e valores intangíveis que permeiam um case como este, me levaram a considerar a ‘alma’ do sítio em que se instalaria o complexo. Que valores seriam oferecidos aos visitantes?”, questiona Gilmar. “O viajante busca experiências, ele adquire um conhecimento sobre a ‘alma’ daquele local e a identifica por seus ícones históricos, sua cultura e características originais. Sendo assim, nada mais apropriado que ‘revestir de história’ nosso projeto”, complementa.

Planejamento e sustentabilidade

A prefeitura de Balneário Camboriú tem resistido ao projeto. O prefeito Fabrício Oliveira chegou a se posicionar contrário ao projeto junto à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O Secretário do Planejamento e vice-prefeito da cidade, Carlos Humberto, afirmou que a pasta não pode se posicionar sobre o projeto, uma vez que ele não tramita pelo município.”

O arquiteto e urbanista da região, Enio Faqueti, lembra que um projeto desse porte exige uma infraestrutura na cidade para recebimento dos turistas na orla da Barra Sul, que pode chegar a 10 mil com o atracamento de dois navios ao mesmo tempo. “Só alargar o Molhe não resolve o problema. É importante saber fazer isso para que o empreendimento possa dar o resultado esperado, com planejamento prévio de todas as ações, de forma a antecipar esse problema”, ressalta.

O professor e pesquisador do Grupo de Estudos em Sustentabilidade e Gestão (GESeG) da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Carlos Eduarco Ramôa, pesquisa o mercado de turismo marítimo desde 2012 e é um entusiasta do desenvolvimento do setor na região, porém alerta que o local escolhido pode se tornar um grande problema no futuro.

Imagens: Divulgação

Além da infraestrutura, apontada pelos especialistas como o maior desafio para o planejamento urbano do município, Ramôa ressalta a importância de se pensar nos impactos ambientais gerados.

“Estamos vivendo, desde 2015, uma nova era no mundo que foi a apresentação da Agenda 2030 [plano de ação de desenvolvimento sustentável da ONU]. Eu sou favorável ao desenvolvimento, mas não podemos fechar os olhos ao meio ambiente. Tem que ter um olho na Agenda 2030 e pensar nos impactos que podem ser causados para que todo esse investimento não se volte contra a cidade”, alerta.”

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Via Gazeta do Porto

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