Números de eleição: para pensar bem

Inobstante cálculos devam ser elaborados para se chegar ao quociente eleitoral exigido para eleger deputados federais e estaduais, pode-se analisar, igualmente, quais as possibilidades dos candidatos.

Santa Catarina tem mais de 5 milhões de eleitores aptos a irem às urnas nas Eleições 2018, em outubro. O número exato é de 5.070.212, representando aumento de 210.888 eleitores em relação ao último pleito geral, de 2014 (4,3% de aumento, superior à média nacional, de 3,1%).

O quociente eleitoral de SC para eleger um deputado federal é de 316 mil votos. Em 2014, no resultado final, foi de 211.033 votos. Para eleger um deputado estadual é de 126 mil votos. Em 2014 foi de 88.291 votos. Entendendo-se que a cada 316 mil votos o partido ou coligação garante uma vaga para a Câmara Federal e a cada 126 mil votos garante uma vaga para a Assembleia Legislativa. Irão os mais votados pela ordem, independente do número de votos conquistados individualmente dentro do partido ou coligação. O cálculo é simples: divide-se o número de eleitores pelo número de vagas em cada uma das casas legislativas. O cálculo final mudará, pois vai depender de abstenções e votos nulos e brancos, passando a valer apenas os votos válidos para o cálculo final do quociente.

Em 2014, as coligações e votos foram as seguintes, para a Assembleia Legislativa:

PDT/PROS/PTB/PCdoB/PSDC/PV – 196.993 votos + 21.650 na legenda = 218.643 / Dois eleitos
PP – 356.412 votos + 23.453 na legenda = 379.865 / Quatro eleitos
PR – 183.567 votos + 7.918 na legenda = 191.485 / Dois eleitos
PSB / PPS / PTC / PHS / PSL / PT do B / PRTB / PTN / SD – 209.539 votos + 23.399 na legenda = 232.938 / Dois eleitos
PSD / DEM / PMDB / PRB – 1.514.618 votos + 76.422 na legenda = 1.591.040  / Dezessete eleitos
PSDB / PEN – 335.135 votos + 41.781 na legenda = 376.916 / Quatro eleitos
PT – 372.536 votos + 52.993 na legenda = 425.529 / Quatro eleitos

Esses 35 foram os eleitos diretamente, pelo quociente partidário. Os demais (cinco), subiram nos cálculos da sobras.

Surpreendente o fato de a região da Amfri ter lançado, por vários partidos, 15 candidatos à Assembleia Legislativa. Na eleição passada eram 12 e elegemos apenas um, pelas beiradas. A dispersão de votos em candidatos de outras regiões e mesmo a distribuição complicada entre tantos nomes, matam a possibilidade real de novamente ampliarmos nossa representação.

A  maioria é de candidatos sem expressão eleitoral comprovada e lançados apenas para cumprir tabela. Ou forjar nome para 2020. Há quatro que podem ser considerados de razoável potencial de voto: Carlos Humberto (PR), Thiago Morastoni e Edson Piriquito (MDB), Paulinha (PDT) e Anna Carolina (PSDB). Salvo surpresas. Avançará quem garantir um melhor desempenho de campanha e pela capacidade de conquistar apoios fora da Amfri. Pelo número de candidatos, independente do potencial das coligações, há riscos. Porque há que se considerar, dentro das coligações, o potencial de nomes de outras regiões muito mais fortes eleitoralmente que a nossa, por tradição repetida eleição a eleição.

Bom sempre considerar que, nos seus melhores momentos, os mais votados em Balneário Camboriú para deputado estadual nunca chegaram a 20 mil votos. E dentre eles só dois se elegeram, ao longo de todas as eleições: Dado Cherem e Leonel Pavan.

Precisamos acreditar na eleição de um dos nossos – ou mais, até. Bom se pudéssemos eleger três ou quatro. É possível, matematicamente, mas sempre faltou concentração, interesse e esforço para isto. E união, claro. A região não é um bom exemplo de autenticidade eleitoral em torno dos seus candidatos. Somos exageradamente dispersivos. Ruim para todos. Tá na hora de mudar. Ou estaremos sempre a reboque de outras regiões e outros interesses.

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