Brasileiros relatam como é jogar na Belarus, país em que o futebol não parou por conta do coronavírus, e discordam sobre discurso do presidente
Em entrevista exclusiva ao FOXSports.com.br, Gabriel Ramos e Lipe Veloso, do Torpedo Zhodino, detalharam o dia a dia no país que mantém estádios abertos e comentaram sobre a fala do líder máximo de Belarus, que recomendou vodka e sauna para combater a Covid-19.
Estádios fechados. Torcedores em casa. Reprises por todos os cantos. Essas cenas tornaram-se rotineiras com a pandemia do novo coronavírus. Porém, na Belarus (ou Bielorrússia), o esporte segue intacto. Alexander Lukashenko, presidente do país, mantém os espaços para futebol e hóquei de gelo abertos, e ao jornal inglês “The Times” recomendou vodka e sauna para combater o novo coronavírus. Em entrevista exclusiva ao FOX Sports.com.br, Gabriel Ramos e Lipe Veloso, brasileiros que atuam no do Torpedo Zhodino, discordaram sobre o assunto.
“Ele teve uma fala infeliz. A situação que o mundo está passando é muito delicada. Não concordo com o que ele falou e espero que ele tenha se arrependido”, argumentou Gabriel.
“Ele quis usar um termo de brincadeira, não sei é o costume deles de vodka e usar sauna, mas não acho que ele quis falar isso para afrontar os outros países e continentes. O presidente também está ciente de tudo que está acontecendo. Se a vida está normal aqui, é porque eles têm o controle da situação. Não vejo problema nesse discurso dele”, disse Lipe.
Gabriel e Lipe são novos no país. Recém contratados pela equipe, os brasileiros relataram como tem sido o dia a dia na Belarus, o único país da Europa que mantém as competições de futebol ativas.
“É algo muito diferente de tudo que já vivi. As pessoa estão vivendo normalmente e se prevenindo bastante. Pelo que vejo nas ruas, tem muita gente de máscara, os supermercados estão disponibilizando álcool em gel. Tudo está seguindo normal”, afirmou Gabriel.
Lipe teve uma experiência um pouca inusitada. Assim que chegou ao país para ser anunciado como novo reforço da equipe, há menos de duas semanas, o jogador teve que ir direto a um hotel e passar dez dias dentro de um quarto, recebendo apenas a visita do médico do clube.
“Eu já estava ficando doido (risos). Eu não sei a língua, os costumes são diferentes e eu não podia ver nada. O médico vinha, me examinava e falava que eu tinha que passar por aquilo, porque devido àqueles cuidados o país não tinha um numero tão grande de pessoas infectadas. Aos poucos fui me acostumando e hoje levo pelo lado bom. Mas foi algo bem diferente (risos)”, relatou Lipe.
Perguntados sobre os riscos da prática do futebol no atual momento e se isso é algo que pode aumentar a proliferação da doença, os brasileiros se mostraram bastante preocupados, mas depositaram confiança no governo.
“Na minha opinião tinha que parar sim porque é uma situação muito complicada. Mas como não parou, acho que o governo e a federação devem ter o controle da situação porque eles têm a consciência de não botar as pessoas em risco”, disse Gabriel.
“No dia em que cheguei aqui, pensei que tínhamos que parar. Mas ao ver as medidas, me senti mais resguardado e tranquilo. Eles estão tendo todos os cuidados necessários. Quando os torcedores vão entrar no estádio, por exemplo, precisam ter sua temperatura medida. Tudo isso nos passa segurança”, completou Lipe.
Por fim, os brasileiros se mostraram muito antenados com as notícias que acontecem no Brasil e deixaram um recado a todas as pessoas sobre as medidas e recomendações necessárias no combate ao novo coronavírus.
“O Brasil é meu país. Eu assisto todos os dias, vejo as notícias todos os momentos. O que eu posso dizer: leve ao pé da letra todas as recomendações. Nossa sair é mais importante que tudo. Essa é mensagem que eu deixo. Aqui, temos uma vida normal, mas tomamos todos os cuidados necessários.”, afirmou Lipe.
“Esse isolamento social é muito importante para reduzir o vírus. Espero que as pessoas tenham consciência e triste, mas isso vai passar. Se cuidem.”, completou Gabriel.
Crédito FOX SPORTS
Veja também: