Médico fake dono de clínicas de luxo em BC e Joinville é preso em operação

Na manhã desta terça-feira, 15, um escândalo abalou o mundo da estética em Santa Catarina. O proprietário de duas renomadas clínicas de estéticas de luxo em Balneário Camboriú e Joinville, F.F, de 39 anos, foi preso e identificado como líder de uma organização criminosa que falsificava prescrições médicas e alterava composições de fórmulas.

O Ministério Público, Polícia Civil, Gaeco e Polícia Militar, em coletiva, detalharam que o esquema envolvia uma série de profissionais da saúde, como médicos, nutricionistas, biomédicos e até familiares do proprietário das Clínicas F Coaching, incluindo a mãe dele.

Em 2017, F.F já havia sido preso e condenado por práticas semelhantes no Paraná. Agora, suas ações estenderam-se através de uma rede mais sofisticada, que contava com farmácias de manipulação em Balneário Camboriú e Itapema.

Felipe criava fórmulas sem base científica e pagava profissionais para prescrever medicamentos falsificados. Ele ainda fez aliança com farmácias para vender medicamentos superfaturados, enganando os compradores. Os medicamentos, muitos vezes, eram importados clandestinamente.

Os clientes não tinham acesso às receitas ou direito de escolher onde comprar o produto, já que as guias eram enviadas diretamente pela clínica aos envolvidos no esquema. Isso permitia controlar o lucro e inflar os preços.

Foto: Divulgação

F.F tinha filiais em Pirabeiraba, Brusque e ambicionava expandir ainda mais. Estima-se que a empresa lucrava pelo menos R$ 200 mil mensais, embora esse valor possa ser significativamente maior, conforme o delegado Neto Gattaz, que citou sonegação de impostos.

A Polícia Civil relata que vários clientes denunciaram efeitos colaterais como taquicardia, disfunção erétil e manchas após o uso dos medicamentos. Além disso, os estabelecimentos comercializavam medicamentos vencidos e não armazenados corretamente.

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A F Coaching funcionava sem licença sanitária e chegou a ser interditada pela vigilância municipal. Apenas em uma das unidades, havia 112 pacientes agendados para atendimento no dia da prisão.

As clínicas publicavam em suas redes sociais promessas de “transformação”, exibindo resultados de clientes. Agora, após a prisão de F.F e outros envolvidos, a operação Venefica continua para analisar documentos e apreensões, visando identificar outros possíveis cúmplices. Inicialmente, há pelo menos 25 investigados.

Os mandados de prisão e busca foram cumpridos em várias cidades, e as contas bancárias e veículos relacionados à investigação foram bloqueados, incluindo valores em criptomoeda. A apuração mostra uma rede complexa e insidiosa que misturava negócios legítimos com atividades criminosas.

Esta prisão serve como um alerta agudo para os riscos associados a estabelecimentos de saúde desregulados, e pode significar uma revisão mais rigorosa das práticas e regulamentações em todo o setor da saúde e estética.

Por Daniela Meller

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