Idosa de 85 anos era mantida em cárcere privado pelo próprio filho em Itajaí 

Uma idosa de 85 anos era mantida em cárcere privado pelo filho no bairro Cordeiros, em Itajaí . 

Nesta quinta-feira (15), por volta das 11h15, a guarnição da Polícia Militar em rondas pelo bairro Cordeiros foi abordada por funcionárias da saúde e assistência social, as quais pediram ajuda à guarnição.

Informaram que havia um idosa que era mantida trancada em casa pelo próprio filho na rua Horácio Ramos Gonzaga, no bairro Cordeiros, em Itajaí.

Diante dos fatos, a guarnição prestou apoio e se deslocou ao endereço da vítima.

No local, o portão da casa estava cadeado. Diante disso, a assistente social, no intuito de verificar se havia alguém dentro da residência, chamou a idosa.

Logo após, ela apareceu na janela da residência e informou que estava trancada dentro da casa, além que informou que não possuía chave do portão, apenas seu filho era o responsável, porém ele só retornaria ao fim do dia. A vítima, de 85 anos, também reclamou que estava com muito calor.

Devido à declaração da vítima, a guarnição procedeu com o arrombamento do cadeado do portão. Como a idosa se encontrava trancando dentro da residência, foi necessário que os policiais pulassem a janela e arrombassem o cadeado da porta de entrada, o qual estava trancado e sem chave pelo lado de dentro, a fim de prestar socorro à idosa.

No interior da residência foi possível constatar condições precárias e insalubres de higiene. Havia um odor fétido por toda a residência, além de roupas espalhadas e sujas, comidas estragadas e com bichos dentro e fora da geladeira, gerando condições desumanas de habitação.

Havia um prato com arroz estragado e com bichos próximo a cama da idosa, a qual disse que era seu almoço, deixado pelo filho.

O Samu foi acionado e esteve no local prestando o atendimento à vítima, relataram também que já estiveram na residência em data pretérita, a fim de atendê-la e precisaram arrombar o cadeado. No atendimento em questão, a idosa estava desmaiada no pátio e não havia como adentrar para realizar o atendimento.

Durante a realização do atendimento, o filho da idosa apareceu na residência e relatou que sua mãe tem demência.

O autor, de 54 anos, relatou que mora nos fundos da casa de sua mãe, sai para trabalhar e tranca a porta por dentro e sai pelos fundos da casa, chaveando a porta da sua casa pelo lado de fora, para que ela não saia e se perca na rua. Além disso, que administra os remédios quando volta do trabalho, os quais alguns remédios já acabaram.

O autor confessou receber o beneficio previdenciário da vítima, bem como que fica em posse da bolsa da idosa e de seus cartões bancários, além disso, paga a parcela do ar condicionado de seu quarto e as contas da casa com o beneficio de sua mãe, sem possuir procuração pública ou qualquer autorização judicial.

Questionado sobre a insalubridade da casa, o autor informou que não reconhece a situação de higiene, e segundo ele, o arroz que deixou para ela comer estava na geladeira.

A gerente da Unidade de Pronto Atendimento, de 28 anos, relatou que faz o acompanhamento da vítima e que desde fevereiro ela não recebe atendimento, por diversas vezes passaram e a casa estava fechada e por esse motivo, não viam a senhora.

A gerente do UPA e as demais enfermeiras e assistente sociais ficaram responsáveis pela idosa que foi encaminhada ao Centro Integrado de Saúde (CIS) para que pudessem verificar os níveis de desnutrição da vítima. Posteriormente, a idosa seria encaminhada a uma casa de cuidados a idosos.

Vale ressaltar que a vítima estava sem os remédios de pressão e diabetes.

Diante dos fatos, foi dada voz de prisão ao autor pelos crimes previstos no art. 148, § 1º, I, do Código Penal (cárcere privado), e arts. 99 e 102, ambos do Estatuto do Idoso (Expor a perigo a integridade física de idoso e Apropriar-se de bens, proventos e pensão de pessoa idosa).

Por fim, cumpre ressaltar que o autor tentou se trancar dentro da residência e somente após ser dada a ordem para que saísse da residência, ele foi algemado e conduzido à Central de Plantão Policial de Itajaí, para a realização dos procedimentos formais cabíveis.

Fontes: Campo Alegre Notícias, O Município e G1

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