Em Camboriú, uma triste notícia ecoa nas ruas: a pracinha dos Expedicionários, um espaço dedicado à memória cultural da cidade e homenagem aos veteranos da Segunda Guerra Mundial, está sendo desmanchada. O responsável por essa iniciativa, Sandro Rocha, expressa sua indignação frente ao que considera uma falta de respeito com a história e os valores que a praça representa.
Desde sua criação, a pracinha foi um sonho de veteranos que desejavam um local para valorizar suas lembranças e conquistas. Sandro Rocha, ao perceber que essa ideia não havia sido concretizada por administrações anteriores, decidiu tomar as rédeas do projeto. Por meio de um ofício à prefeita Luzia Coppi Mathias, ele formalizou a proposta e obteve o apoio necessário para a construção do memorial. A inauguração foi marcada por uma cerimônia emocionante, onde medalhas foram entregues a diversos homenageados, incluindo o atual prefeito doutor Èlcio.
Entretanto, a alegria pela criação do espaço logo se transformou em frustração. Um vizinho, começou a reclamar do som de uma sirene instalada na praça. Apesar de seu volume baixo e ser audível apenas para quem estava no local, o vizinho considerou o barulho incômodo e expressou preocupação com possíveis danos ao memorial. Essa reclamação gerou um clima de tensão na comunidade e fez com que o esforço de honrar os veteranos parecesse em vão.
Sandro Rocha não hesitou em manifestar sua insatisfação com a falta de reconhecimento do governo atual em relação ao trabalho realizado para a comunidade. Ele chegou a afirmar que, se necessário, preferiria desinstalar tudo que havia instalado com seu próprio dinheiro e deixar a praça abandonada como antes.
“Eu investi meu próprio dinheiro na manutenção da praça, como na pintura de coqueiros e na troca de lâmpadas, já que os recursos públicos não são suficientes”, desabafa Rocha.
O ex-gestor da praça também mencionou ter sido denunciado por varrer o local à noite. Para ele, o barulho proveniente dos veículos nas proximidades é muito mais perturbador do que suas atividades de manutenção.
“Até um bebedouro que eu restaurei estava abandonado há muitos anos”, acrescenta.
Com as constantes reclamações e a falta de apoio das autoridades locais, Sandro Rocha decidiu colocar fim à história da pracinha dos Expedicionários. A decisão de desmanchar o espaço é um reflexo da desilusão frente ao descaso e à falta de valorização da memória coletiva da comunidade.
A pracinha dos Expedicionários não é apenas um espaço físico; ela representa uma parte importante da história de Camboriú e dos homens e mulheres que lutaram pela liberdade durante tempos sombrios. Sua destruição é um lembrete doloroso sobre como muitas vezes esquecemos aqueles que nos antecederam e os sacrifícios feitos em nome da paz.
A expectativa agora é que essa situação sirva como um alerta para que possamos valorizar mais as histórias e memórias que constroem nossa identidade coletiva.
Reportagem Exclusiva Portal O Janelão