A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) manifestou preocupação com o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, a partir de 1º de agosto. Segundo a entidade, caso a alíquota não seja reduzida, o desemprego em setores exportadores do estado, especialmente o moveleiro, deverá aumentar significativamente. A Fiesc enfatiza a necessidade de uma negociação diplomática imediata com o governo americano para mitigar os impactos negativos sobre a competitividade das indústrias catarinenses.
O primeiro vice-presidente e presidente eleito da Fiesc, Gilberto Seleme, destacou que o tamanho da tarifa é surpreendente e, se mantida, afetará diretamente as exportações de Santa Catarina para o mercado americano, que tem sido um destino crucial para os produtos do estado. Ele ressalta que a ação diplomática é o caminho mais adequado para buscar uma solução.
A declaração da Fiesc surge em meio a um clamor nas redes sociais, onde internautas criticam a postura da federação em relação a supostas articulações políticas que teriam levado à imposição das tarifas. Comentários apontam que Eduardo Bolsonaro estaria conspirando contra o Brasil nos EUA há meses, enquanto a Fiesc teria permanecido em silêncio. Há quem acuse os bolsonaristas de terem alcançado seus objetivos, prejudicando o estado e o país, e que Santa Catarina estaria pagando o preço por ser um reduto bolsonarista.
As reações online também expressam decepção com a possibilidade de o governo brasileiro negociar a questão, considerando os envolvidos como “traidores da Pátria” que buscariam escapar da justiça. Críticas são dirigidas à polarização política, com a esquerda sendo acusada de ser “fã de ditadura” e a direita de ser “lambe botas dos EUA”. Alguns comentários lamentam a situação de Santa Catarina, vista como “latrina do bolsonarismo”, e expressam a esperança de que os eleitores tenham despertado do “pesadelo de idolatrar e votar em oportunistas do Deus Pátria e Família”.
A Fiesc, ao focar na necessidade de negociação diplomática e na prevenção do desemprego, evita mencionar diretamente as supostas conspirações da família Bolsonaro nos EUA, concentrando-se em soluções pragmáticas para os problemas econômicos que se avizinham. A entidade busca, assim, salvaguardar os interesses da indústria catarinense diante de um cenário internacional complexo e politicamente carregado.
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