Homem ainda trabalhava em uma clínica que foi interditada por diversas irregularidade.
Um suposto médico que trabalhava em uma clínica de Balneário Camboriú entrou na mira das autoridades após ser descoberto pelo Ministério Público de Santa Catarina.
A investigação concluiu que o homem, que dizia tratar doenças como ansiedade, depressão e até câncer, sequer tinha formação para atuar na área. Na internet, ele se apresentava como “Doutor” e afirmava ser um especialista.
BARBARIDADE
Com a ação do MP, o profissional foi proibido de permanecer na função.
A Justiça chegou até o farsante após a abertura de um inquérito civil, onde identificou que o imóvel apontado nas redes sociais como estabelecimento de trabalho do falso médico indicava um endereço residencial. Ao fiscalizar o espaço, a Vigilância Sanitária constatou que se tratava de uma pensão com locação de quartos individuais e banheiro compartilhado.
A proprietária do local afirmou aos agentes que o homem conhecido como “Doutor” chegou a trabalhar como pedreiro com o filho dela, mas que já havia se mudado.
A partir disso, foi descoberto que o profissional estaria atuando em uma clínica de cirurgia plástica e estética, no Centro de Balneário Camboriú. Lá, a equipe de fiscalização, junto ao Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), flagrou o falso médico prestando atendimento a um paciente.
De acordo com a investigação, nenhuma das especialidades anunciadas por ele na internet foi comprovada. O homem chegou a fazer cursos rápidos de extensão, mas que não são de atividade médica. Na lista estão desde cursos de pescador artesanal até faixa vermelha de autodefesa.
Por atuar de forma ilegal, o profissional está proibido, por uma decisão liminar do Ministério Público, de prestar qualquer tipo de consulta e “atendimento integrativo”, denominado por ele como terapias para saúde, medicina integrativa naturopatia, homeopatia, osteopatia, PNL, hipnose, coaching e alquimia. A multa diária é de R$ 10 mil.
Clínica em que atuava era “inadequada e insalubre”
A clínica onde o homem atuava ilegalmente pertence a um médico cirurgião plástico. Ele também foi alvo da ação do MP diante das diversas irregularidades encontradas no local pela Vigilância Sanitária. Com espaço físico inadequado e insalubre, os agentes concluíram que o profissional estaria colocando em risco a segurança e saúde dos consumidores.
Foram encontrados produtos com prazo de validade vencido há mais de sete anos e outros sem registro da Anvisa. Havia ausência de comprovação de esterilização dos instrumentos usados e descarte irregular dos resíduos infecciosos e perfurocortantes, segundo o MP.
Além disso, a clínica não possuía alvará sanitário nem certidão de regularidade técnica emitida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM/SC).
A clínica foi interditada e o médico responsável pelo local proibido de locar salas para pessoas que não comprovem habilitação técnica e não tenham autorização dos órgãos de classe profissional para atuarem, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
Via NSC TOTAL
Por Ana Carolina Metzger
ana.metzger@nsc.com.br

