CPI do Ruth Cardoso, uma inutilidade

Por Aderbal Machado

Está nas gavetas da Emasa, há 12 anos, projeto de captação de água do Rio Itajaí Mirim. Agora concluíram que ele é essencial para garantir nosso abastecimento e vão ressuscitá-lo, com atualização, a custo de quase 40 mil reais. Atualizar não sei o que; em todo caso, 12 anos para se concluir tecnicamente por algo tão importante é, no mínimo, um atestado de incompetência sesquipedal.

Nesta segunda, após 11 anos de trancos e barrancos no atendimento e funcionamento precário do Hospital Ruth Cardoso, querem criar CPI para investigar seu funcionamento.
Façam-me o favor! Além da demora em cair a ficha, CPI não esclarecerá nada e nem corrigirá nada que uma boa e simples fiscalização séria não possa fazer e concluir, afinal sugerindo, deliberando ou até obrigando, via Ministério Público a correção de rumos.

Aduzindo aqui o fato de que nem CPI, nem MP e nem Justiça conseguirão produzir dinheiro e gestão com o volume de atendimento do hospital, na conta única de manutenção da prefeitura de Balneário Camboriú.

Os municípios vizinhos, usuários por excelência, estão se lixando. Querem mais é que o circo pegue fogo, pois seus atendimentos insuficientes caem todos aqui, com ônus longe de seus territórios e orçamentos.

Foto divulgação

Disse e repeti várias vezes e ninguém me desmentiu, até porque há testemunhos incontestáveis disso: foi um erro conceber e construir o hospital como é; foi um erro inaugurá-lo espetaculosamente no fim de mandato sem estar habilitado em NENHUM quesito essencial (corpo funcional, sistema de esgoto, licenciamentos sanitários, habite-se, entorno inconcluso, sem pronto socorro); foi um erro abri-lo, na gestão seguinte, por pura pressão política, sem essas coisas resolvidas e foi um erro enorme torná-lo 100% SUS.

Se sabemos de tudo isso e, no decurso do tempo, de muito mais coisas – inclusive muitas já questionadas e levantadas pela própria Câmara em tempos passados, sem solução qualquer suscitada e efetiva – CPI, de fato, é só uma cena demagógica. Com todo respeito ao autor do requerimento, que deve estar de muito boas intenções.

Mas de boas intenções, como diria Jaison Barreto, o inferno está forrado.

Jornalismo Aderbal Machado

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