Um crime brutal abalou a cidade de Balneário Camboriú, Santa Catarina, na noite do último domingo (20). Rodrigo Araújo, natural de Bragança, no Pará, foi espancado até a morte por um grupo de homens. A tragédia ocorreu enquanto Rodrigo estava na companhia de sua esposa e de uma amiga do casal.
De acordo com testemunhas e relatos da esposa, a confusão começou quando agressores se aproximaram da amiga de Rodrigo, que havia ingerido bebida alcoólica. Ao tentar defender a jovem e pedir respeito, Rodrigo foi atacado. A briga se intensificou do lado de fora do estabelecimento, e ele acabou caindo ao chão, sofrendo lesões graves na face e na cabeça. A esposa não conseguiu precisar o número exato de agressores, mas estima que fossem vários.
Rodrigo foi socorrido e levado para uma unidade de saúde local, mas familiares e amigos denunciam que ele esperou mais de três horas sem atendimento médico adequado. Na manhã seguinte ao ataque, ele não resistiu aos ferimentos e faleceu.
A morte de Rodrigo gerou comoção e revolta em sua cidade natal. Amigos o descrevem como um jovem tranquilo e trabalhador, que sempre protegia aqueles ao seu redor. Nas redes sociais, muitos denunciam não apenas o crime brutal, mas também possíveis casos de xenofobia e negligência médica.
A família de Rodrigo pede justiça e uma investigação rigorosa sobre o crime e a conduta do hospital. O corpo do jovem será cremado em Balneário Camboriú, e sua esposa levará as cinzas para o Pará, conforme o desejo dele em vida. A Polícia Civil de Santa Catarina ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, enquanto amigos da vítima clamam por justiça: “Nosso amigo foi espancado até a morte e a família está sendo ignorada pela justiça”, disse um amigo.
A esposa disse que Kellem Costa:
“Olá, quando estávamos no boteco da Brava, começou-se uma confusão lá dentro, onde tinham alguns caras mexendo com a nossa família, que estava levemente embriagada, e por conta disso nós não deixávamos ninguém se aproveitar dela. Nós pedimos para que eles parassem, mas as investidas continuaram, e isso acabou resultando em uma briga física lá fora, onde os seguranças apartaram, colocaram todo mundo para fora. Lá fora, creio que meu marido me tocou socos com algum deles, e logo parou. Eu me aproximei dele, conversamos bem pouco, duas ou três palavrinhas apenas, e quando eu vi que a jaqueta dele estava no chão, eu me abaixei para pegar. Nessa fração de segundos, nesse meio tempo, eu me abaixei para pegar, eu não sei por qual motivo ele atravessou a rua, eu não vi se alguém chamou ele, o que aconteceu, eu não vi. Só sei que quando eu levantei, o que foi muito rápido, ele já estava sendo espancado, e eu me aproximei para tentar enxergar, para ver se era ele, pois naquele momento eu estava sem o óculos. Aí quando eu cheguei bem próximo, sei que eu consegui constatar que era o meu marido que estava ali no chão, sendo espancado por vários homens. E ele estava muito debilitado, muito machucado, ele sangrava muito, boca, nariz. Eu comecei a fazer ali os primeiros socorros nele, junto com uma das seguranças do local. Mantemos ele lateralizado, para que ele não se engasgasse com o sangue, para não o Bruno conspirar. E conseguimos montá-lo assim até que o salmão chegou. E ele foi levado para o primeiro hospital, onde ele não recebeu praticamente nenhum tipo de atendimento. Ficou jogado em cima de uma maca, recebeu algumas medicações para dor e um antiemédico para vômito. E nada mais do que isso foi feito, não foi feito um exame, não foi feito nada. Passamos pouco mais de duas horas nesse local, até que eu consegui tirar ele de lá. Para tirar ele de lá, eu precisei pedir que o hospital chamasse a polícia, porque só a polícia poderia me autorizar, segundo eles, né? Segundo a coordenação do hospital, só a polícia poderia autorizar que eu retirasse ele de lá. Então, assinei um termo de responsabilidade, tirei e levei para um outro hospital, levei para o Hospital Marieta, onde fui rapidamente atendido. Quando chegamos lá no hospital, chamei a equipe, veio a enfermeira, veio a segurança, veio todo mundo me ajudar a tirar ele de dentro do carro, colocamos na cadeira de rodas. A enfermeira me perguntou o que tinha acontecido, eu falei que foi espancamento. E imediatamente ela falou, eu vou levar ele direto para a sala vermelha. E levaram. Chegando lá, fizeram ali os primeiros procedimentos nele. Alguns exames físicos, foi avaliado pelo médico. Foi tudo muito rápido. Uns minutos depois, eles começaram os procedimentos nele. Ele teve uma parada cardiorrespiratória. Foi reanimado, foi incubado. Mas as tentativas foram em vão e ele veio ao óbito.”
Nota da Polícia Militar:
“No domingo, 21, a Polícia Militar, em Balneário Camboriú, atendeu duas ocorrências relacionadas a um incidente em uma casa noturna na Avenida Ruy Barbosa, no bairro Praia dos Amores.
A primeira solicitação foi para verificar um homem caído em frente a um estabelecimento com um ferimento no tornozelo e sangramento. O homem, de 35 anos, relatou ter se envolvido em uma briga ao tentar defender sua filha menor de idade. O SAMU realizou o atendimento no local e encaminhou o indivíduo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação da lesão.
Posteriormente, a Polícia Militar foi acionada para o Hospital Ruth Cardoso, onde a mulher de um outro suposto envolvido na briga, de 34 anos, buscava a transferência do marido para um hospital particular. Ela informou que o mesmo foi lesionado após uma briga generalizada no mesmo estabelecimento. Depois de ser informada sobre os riscos e procedimentos pela equipe médica, ela assinou um termo de responsabilidade para a liberação e transferência do paciente, que se encontrava em atendimento.”