Candidatos e promessas: as contas não fecham

O governador Eduardo Pinho Moreira esteve com Raimundo Colombo por dois mandatos, mas só percebeu que o Estado estava encalacrado quando o titular saiu, sete anos e meio depois. No correr do tempo, a publicidade oficial alardeava maravilhas da economia, serviços redondinhos, contas em dia, estoque de soluções superando o de problemas e assim por diante. Pura fantasia. Agora se anuncia a necessidade de enxugar a máquina drasticamente, parar ou suspender obras, reduzir até despesas imprescindíveis para suportar um rombo de R$ 3 bilhões para 2019.

E estamos vivendo, lado a lado com isso, as contradições da base anterior de poder, separada por conflitos pessoais, partidários e eleitorais. A ponto de o PSD de Raimundo lançar um candidato próprio, Gelson Merísio, enquanto o MDB vai de nome próprio – Mauro Mariani, o PP poderá vir de Esperidião Amin e o PSDB já tem o seu, Paulo Bauer, ou comporá com um dos grupos. Ou seja: ficaram oito anos namorando e, de repente, sentiram que não havia química ou as fórmulas não combinaram.

Merísio circula no Estado afirmando se de sua vontade abater .1.100 cargos comissionados do governo. Ao mesmo tempo, informa uma coligação com cerca de 14 partidos. Aos quais terá que compensar de alguma forma – com cargos, por supuesto. Vai faltar lugar ou vai sobrar insatisfação. Essa gente só trabalha para ocupar cargos. Se Merísio imagina que terá poder de controlar isso com a facilidade que, ingenuamente, supõe possuir, terá grandes decepções.

É claro que tanto ele quanto os demais sabem que tudo isso é papo de campanha. Lembram do Colombo? “O catarinense tem nome, rosto e endereço”. Escreveu até um livro sobre isso (foto). Olhando só educação, saúde e segurança, passando pelo saneamento básico, vamos ver que alguma coisa esteve muito errada nessa concepção mercadológica.

Independente de quem chegue, o espectro pouco muda. O candidato do MDB reconhece que o Estado está mal e precisa ser reformulado por completo. A pergunta é a mesma: não notaram isso tarde demais? Não deu para perceber enquanto acontecia? Quem reclamou no meio do caminho?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.