As demandas e obras da cidade foram tratadas, na maioria, fora do tempo e da melhor forma

Certas coisas precisam ser rememoradas, porque, no seu devido tempo não foram corretamente tratadas pelos administradores e políticos da nossa cidade e demais forças institucionais e administrativas – Câmara e Executivo principalmente, passando pelos nossos parcos representantes em Brasília e Florianópolis.

Nem quando tivemos força considerável, época de exercício da vice-governança e até de governo estadual; ou quando tivemos senador e deputado federal; quando vários secretários estaduais eram “nossos”, nós conseguimos conquistas merecedoras de lembrança.

Pelo contrário, em 2010, época em que Leonel Pavan assumiu e governou o estado com a saída de Luiz Henrique, nosso efetivo policial militar perdeu 20 soldados. Coincidentemente, Navegantes e Camboriú aumentaram seu efetivo em dez soldados cada um. E ainda coincidentemente, esses municípios eram governados, na época, pelo PSDB, partido de Pavan. Não há o que discutir dessa verdade. Basta consultar os relatórios e números existentes na própria Polícia Militar.

Este é um detalhe. Todavia, há muito mais.

Vamos considerar alguns fatores outros:

O Hospital Ruth Cardoso surgiu cheio de vícios e de erros. Primeiro, decidiu-se por uma construção sem o menor planejamento, a tal ponto que começou com quase 20 agressões à política de vigilância sanitária e à estrutura arquitetônica em si. Segundo, inaugurou-se o hospital sem as menores condições de funcionar: sem quadro funcional, sem esgoto instalado, sem entorno pronto e sem pronto-socorro. Terceiro, ao iniciar, deliberou-se fazê-lo 100% SUS, imaginando-se (oh, sonho volátil…) amparo financeiro do Estado – que não veio nunca – e participação dos municípios vizinhos, além da pactuação do SUS. Que também nunca veio.

O resultado a gente viu ao longo do tempo qual foi. O que o prefeito Fabrício decidiu agora (torná-lo efetivamente municipal e porta fechada, deixando de atender pacientes de outros municípios), era providência a ser adotada lá atrás, nos primórdios.

Então, vejam: uma medida prática, simples, positiva, verdadeira, demorou 11 anos a ser adotada. Demora absolutamente fora de lógica, demonstrando desconexão com a realidade. Os danos, por isso, se sucederam, tanto para a gestão quanto, pior ainda, para a população.

Isto tudo apesar das advertências de gente do próprio governo municipal de então e de especialistas eméritos, como o Dr. Celso Della Giustina. Aliás, salvo engano, o próprio ex-prefeito Pavan questionou a fórmula e a própria construção do hospital.

Há outros casos, a serem abordados oportunamente. Voltaremos ao assunto com outros exemplos, porque é necessário demonstrar os erros e suas dimensões e consequências para que possamos evitá-los, mudando conceitos e comportamentos e buscando os resultados certos. Porque é preciso aprendermos a focar as discussões certas pela cidade e nos tempos certos.

Por Aderbal Machado

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