Atividade integrou o Agosto Lilás, campanha nacional de combate à violência contra as mulheres, e teve ênfase na abordagem e tratamento de homens supostamente autores de violência.
A Secretaria de Assistência Social, Mulher e Família, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), promoveu na tarde desta quinta-feira (28) uma roda de conversa sobre a metodologia de Grupos Reflexivos para Homens, realizada dentro da programação do Agosto Lilás em Balneário Camboriú. O encontro aconteceu no auditório do Centro de Treinamento Comunitário (CTC) e reuniu representantes da Rede de Proteção à Mulher.
A atividade foi organizada pelo coordenador do CREAS, Abner Galdino dos Santos, e pela diretora da Divisão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Candice Munhoz Cazorla, com facilitação do psicólogo David Tiago Cardoso e do assistente social Ricardo Bortoli. O objetivo foi proporcionar uma experiência prática da metodologia aplicada pelo CREAS, que atua com homens autores de violência doméstica e familiar.
A prefeita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan, esteve presente no evento e destacou a importância de disponibilizar um atendimento especializado para as pessoas atendidas pelo serviço público.
“Essa escuta ativa, as vivências, união, essa somatória de esforços, visa garantir um atendimento de excelência para todas as pessoas. Nós temos a oportunidade de servir ao cidadão, e esse ato precisa ser de excelência em todas as esferas. Quando a gente fala do Agosto Lilás, nós não podemos esquecer da outra parte, do homem, que muitas vezes comete atos de violência e até mesmo, infelizmente, o feminicídio, então nós precisamos ter essa escuta ativa, pois esses momentos são ricos em informação”, enfatizou.
O secretário de Assistência Social, Mulher e Família, Omar Tomalih, ressaltou que o momento foi fundamental para a troca de vivências e informações. “Esse encontro é um passo importante no enfrentamento à violência contra a mulher. Trabalhar com esse público é uma oportunidade de transformar realidades e romper ciclos, com ações que promovem reflexão, responsabilização e mudança de comportamento”, destacou.
Segundo o coordenador do CREAS, Abner Galdino dos Santos, a proposta do evento foi aproximar os profissionais da rede de um trabalho muitas vezes pouco compreendido.
“A relevância deste evento está em desmistificar concepções equivocadas acerca do trabalho desenvolvido pelo CREAS com homens supostamente autores de violência. Promover esse espaço de diálogo com a Rede de Atendimento, incluindo Saúde, Assistência Social, Educação e organizações da sociedade civil, fortalece a sensibilização desses homens para a busca de acompanhamento e contribui para a desconstrução de padrões violentos naturalizados”, destacou.
A diretora da Divisão do SUAS, Candice Munhoz Cazorla, reforçou a importância de investir em ações voltadas à reflexão crítica dos homens atendidos.
“Mesmo quando esse homem não permanece no relacionamento afetivo com a vítima, ele segue inserido em uma rede de vínculos sociais e familiares. Portanto, investir em processos de responsabilização e reflexão não apenas contribui para a ruptura do ciclo de violência, mas também favorece a construção de novas formas de se relacionar, com impacto positivo na coletividade e na promoção de uma cultura de paz”, afirmou.
Durante a roda, os participantes foram convidados a vivenciar as dinâmicas aplicadas no Grupo Reflexivo para Homens. Para o assistente social Ricardo Bortoli, a experiência é fundamental para compreender a importância desse trabalho e dessa mudança.
“O enfrentamento às violências contra as mulheres também passa pela acolhida dos homens e pela ressignificação das práticas que fundamentam essas violências. É o Sistema Único de Assistência Social como espaço potente de escuta, reflexão e de novos sentidos do exercício da masculinidade – que só ganha força quando toda a rede se envolve. Cada gesto, cada parceria e cada olhar comprometido faz diferença”, destacou.
Estiveram presentes no encontro servidores das secretarias de Assistência Social, Mulher e Família, Saúde, Educação, Segurança e da Pessoa Idosa, além de representantes da OAB Por Elas e dos Conselhos Municipais de Assistência Social, Direitos das Mulheres e Direitos da Criança e do Adolescente.
