Abin usou programa secreto para rastrear celulares de opositores de Bolsonaro

25 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal estão sendo cumpridos pela PF nesta sexta após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). As ações estão vinculadas com o inquérito das fake news.

Segundo o jornal O Globo, a ferramenta monitorou, ao menos, 10 mil proprietários de celulares durante três anos, sem nenhuma autorização judicial

Quem são os espionados?

Várias pessoas eram espionadas, no entanto, já é possível afirmar que os alvos do grupo da Abin eram políticos, adversários de Bolsonaro em geral, ministros do STF, juízes e jornalistas.

As espionagens teriam acontecido entre dezembro de 2018 a 2021, período em que o órgão era conduzido pelo hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), amigo da família do ex-presidente.

Ambos não são alvos da operação. Quem está na mira da PF, além dos servidores, é a fabricante do software da First Mile, que tem um escritório em Florianópolis (SC).

A PF também investiga a atuação de dois servidores da Abin que estavam sendo investigados em processo administrativo disciplinar e pelo risco de demissão, coagiram outros servidores porque tinham amplo conhecimento sobre o esquema criminoso.

Quem são os servidores?

Um dos presos é Rodrigo Colli, profissional da área de contrainteligência cibernética da agência. O outro é o oficial de inteligência Eduardo Arthur Izycki. Ambos são os suspeitos de coagirem os colegas para evitar demissão.

O que diz a Abin?

Em nota, a agência informou nesta sexta-feira 20, que “o contrato 567/2018, de caráter sigiloso, teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021”, e que desde fevereiro deste ano há uma investigação interna sobre irregularidades no uso desse programa.

E que as informações colhidas nessa sindicância foram compartilhadas com a PF e o STF, e os afastamentos temporários de servidores determinados pela justiça foram cumpridos.

DOIS SERVIDORES FORAM PRESOS 

O Governo Federal demitiu os servidores da Abin presos em operação da PF sobre rastreamento ilegal de celulares.

Demissões de Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Izycki dos cargos de oficiais de inteligência da agência foram publicadas em edição extra do ‘Diário Oficial da União’ nesta sexta.

Após a publicação das demissões no “Diário Oficial da União”, a Casa Civil divulgou uma nota, na qual explica que tomou as medidas após “constatada a participação [de Rodrigo e Eduardo], na condição de sócios representantes da empresa ICCIBER/CERBERO, de pregão aberto pelo Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro”.

PF apreendeu mais de 170 mil dólares em dinheiro vivo na casa de número 3 da agência

Operação autorizada por Alexandre de Moraes identificou supostas irregularidades no uso de programa espião, e determinou afastamento de Paulo Maurício Fortunato Pinto. Fonte do dinheiro será investigada.

A Polícia Federal (PF) apreendeu US$ 171.800 mil (equivalente a cerca de R$ 870 mil pela cotação atual) durante a operação desta sexta-feira (20) contra servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) suspeitos de uso ilegal de um sistema de espionagem.

Adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e jornalistas estariam entre os alvos do monitoramento ilegal, segundo a investigação.

O programa espião em questão é o FirstMile. A ferramenta israelense teria sido utilizada de forma irregular entre dezembro de 2018 e 2021. Mas com mais intensidade neste último ano, pouco antes da pré-campanha eleitoral.

A nota diz que os servidores cometeram três infrações administrativas:

  1. Violação de proibição contida expressamente em lei, que impede a atuação em gerência e administração de sociedade empresária
  2. Improbidade administrativa, por violação de dever mediante conduta tipificada em lei como conflito de interesse
  3. Violação do regime de dedicação exclusiva a que se submetem todos os ocupantes do cargo de Oficial de Inteligência da Abin

Jornalismo O Janelão – Fonte: Metrópoles

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