Brasília, 11 de novembro de 2025 – A Polícia Federal (PF) divulgou uma nota pública oficial manifestando profunda preocupação com as mudanças propostas no Projeto de Lei Antifacção, atualmente em análise no Congresso Nacional.
O relatório apresentado pelo deputado Guilherme Muraro Derrite, mais conhecido como Capitão Derrite, tem gerado alerta nas forças de segurança devido ao enfraquecimento da autonomia e capacidade operacional da instituição no combate ao crime organizado.
Originalmente, o PL Antifacção tinha como objetivo fortalecer o aparato de segurança pública para enfrentar as organizações criminosas com mais rigor. No entanto, as modificações sugeridas pelo relatório de Derrite alteram substancialmente essa premissa, impondo restrições que podem comprometer seriamente a eficiência da Polícia Federal. Entre as principais preocupações está a exigência de que operações da PF dependam de autorização dos governos estaduais das regiões investigadas, o que pode impedir ações rápidas e decisivas contra quadrilhas e organizações com alcance nacional e internacional.
A PF destaca que essas mudanças representam um “risco real de enfraquecimento no combate ao crime organizado”, limitando investigações cruciais sobre corrupção, tráfico de drogas, tráfico de pessoas, desvios de recursos públicos e outros crimes graves.
Além disso, o órgão lembra que, em agosto deste ano, realizou a maior operação contra o crime organizado da história do país — um feito que, com as novas regras propostas, poderia ser inviabilizado.
O impacto dessas alterações não é apenas institucional, mas também social, pois reduzir a capacidade da Polícia Federal de agir efetivamente poderá abrir espaço para que criminosos se beneficiem da fragilidade do sistema de segurança pública. A PF enfatiza que continuará lutando por suas competências constitucionais e pela preservação da autonomia funcional, essenciais para garantir a aplicação da lei e proteger a sociedade brasileira contra ameaças graves.O relatório do deputado Derrite, que ocupa cadeira na Câmara desde 2018 pelo Progressistas (PP), tem sido alvo de críticas contundentes, tanto do meio policial quanto de especialistas em segurança pública, por representar um retrocesso no enfrentamento da criminalidade organizada no país.
A comunidade civil e as autoridades responsáveis clamam por um debate transparente e atento ao real objetivo do PL: fortalecer, não enfraquecer, o combate ao crime no Brasil.
A possível aprovação dessas mudanças no PL Antifacção é hoje um dos temas mais urgentes e preocupantes da agenda legislativa, e exige reflexão sobre os danos que podem ser causados à ordem pública e à segurança nacional.
Jornalismo O Janelão/ Fonte Jovem Pan

