A crise sem precedentes no Detran de Santa Catarina se desdobra em um enredo de corrupção, assédio e desaparecimento de veículos. Desde que a coluna de Marcelo Lula do programa SCemPauta noticiaram os primeiros relatos na última sexta-feira, novas denúncias surgiram, revelando uma rede de irregularidades que abala a confiança na instituição.
Rachadinha e Conexões Políticas
O esquema de “rachadinha” está em investigação e envolve pelo menos três pessoas com conexões diretas no governo estadual. Fontes apontam que um integrante do primeiro escalão estaria diretamente ligado ao esquema, que também teria ramificações na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC). Embora não existam provas da participação de um deputado, rumores indicam que a prática de cobrança por indicações de cargos públicos está em vigor.
Assédio Sexual e Moral
Outro aspecto alarmante é o aumento dos relatos de assédio sexual e moral no Detran, especialmente contra servidoras terceirizadas. Muitas vítimas relataram sofrer pressões para não denunciarem os agressores, temendo pela própria segurança no emprego. Casos de assédio físico, incluindo toques inapropriados, foram mencionados, criando um ambiente de medo e silêncio entre as funcionárias.
Desaparecimento de Veículos
A situação se agrava com o sumiço de veículos apreendidos, especialmente em cidades como Joinville e Itajaí. Mais de 200 veículos de luxo, incluindo marcas como BMW e Mercedes, desapareceram de pátios credenciados. Há rumores de que alguns desses carros estariam circulando em outros estados ou sendo desmanchados para a venda de peças. Informações indicam que, durante a Operação Limpa Pátio, tentativas foram feitas para incluir esses veículos na lista de carros a serem amassados, criando uma aparência de legalidade para o sumiço.
Auditoria e Falhas no Sistema
Fontes internas revelam que uma auditoria que investigava o desaparecimento dos veículos foi apagada do sistema do Detran. Isso levanta questões sobre a transparência e a responsabilidade dentro da instituição. A ex-presidente da Comissão de Leilão do Detran, Clarice Serena, defendeu que a responsabilidade pela segurança dos veículos é dos proprietários dos pátios e dos municípios, não do Detran, que apenas realiza os leilões.
Direcionamento e Leilão Ferroso
Além das irregularidades mencionadas, há alegações de direcionamento no Leilão Ferroso, que favoreceu uma empresa do Rio de Janeiro em detrimento de concorrentes locais. Clarice Serena afirmou que o edital foi baseado em normas da Polícia Rodoviária Federal, garantindo que todas as empresas tiveram a chance de participar no mesmo nível.
As revelações sobre a crise no Detran de SC colocam em xeque a integridade e a eficiência da instituição. A continuidade das investigações e a transparência nas ações são essenciais para restaurar a confiança da população. O que se desenrola nos bastidores é um chamado à responsabilidade e à ética no serviço público, em um momento crítico para a administração do estado.
Jornalismo O Janelão – Fonte: SC em Pauta
