Camboriú, SC – O aguardado Acampamento Farroupilha de Camboriú, tradicional evento que celebra a cultura gaúcha, sofreu um adiamento em sua programação. Inicialmente previsto para o início de setembro, o evento foi remarcado para os dias 6, 7, 8 e 9 de novembro. A decisão, confirmada pelo procurador-geral do município, Vilson Albino, é resultado de uma série de fatores, incluindo o atraso na aprovação de um projeto de lei pela Câmara de Vereadores e a nova política de gestão do evento pela prefeitura.
A polêmica em torno da organização do Acampamento Farroupilha ganha contornos técnicos e administrativos. A gestão anterior, comandada pela prefeitura, investiu mais de R$ 1,2 milhão na edição de 2024, um valor que chamou a atenção do Ministério Público devido a possíveis irregularidades. Diante desse cenário, a atual administração, sob o comando do prefeito Linal Pavan, decidiu por uma nova abordagem: a terceirização da organização do evento.
O projeto de lei que viabiliza essa mudança foi encaminhado à Câmara de Vereadores em 23 de junho. No entanto, a tramitação foi prejudicada por pedidos de vista e a proposição de emendas por parte de alguns vereadores, resultando em atrasos na aprovação, que só ocorreu na última terça-feira, dia 19.
Este atraso legislativo foi o principal fator para o adiamento. Segundo o procurador Vilson Albino, o tempo restante até o início de setembro não seria suficiente para cumprir os trâmites legais necessários para a realização do evento. “Não haverá tempo suficiente para que, após a aprovação da lei, seja lançado o edital de credenciamento para que a associação vencedora consiga organizar a festa até a data prevista”, explicou Albino. O edital de credenciamento, por sua vez, precisa seguir prazos e exigências de divulgação para evitar improbidade administrativa.
A nova política de gestão prevê que a prefeitura oferecerá um incentivo de no máximo R$ 450 mil para a associação que for credenciada para organizar o Acampamento Farroupilha. A ideia é que a entidade vencedora arque com os custos remanescentes por meio da exploração de vendas e serviços durante o evento, aliviando o orçamento municipal. “O prefeito entende que é um custo alto para que o município organize a festa. Então, estamos disponibilizando um valor de até 450 mil reais para que a associação possa desenvolver a festa e, consequentemente, com as vendas e os serviços prestados na festa, possam arcar com a diferença para que o município não tenha esse custo tão elevado para manter a festa na cidade”, detalhou o procurador.
Com a confirmação do adiamento, a expectativa agora se volta para a publicação do edital de credenciamento, que deverá ocorrer em breve, e para a definição das datas exatas em novembro. A prefeitura reitera o compromisso em garantir que todos os critérios legais sejam cumpridos na íntegra, assegurando a transparência e a legalidade no processo de escolha da entidade organizadora.
