Tarifas contra as democracias, fazem parte do programa de proteção aos ditadores de Trump.
Na última semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, uma medida que foi amplamente interpretada como uma retaliação política. Especialistas e economistas, como Paul Krugman, não hesitam em classificar essa ação como parte de um “programa de proteção a ditadores”, destacando que a justificativa econômica para tal tarifa é quase inexistente.
Trump, em sua abordagem, parece ignorar a real situação econômica e política. O que se observa é uma tentativa clara de punir o Brasil por levar Jair Bolsonaro a julgamento por tentativas de golpe e outras infrações. O ex-presidente brasileiro, que perdeu as últimas eleições, tentou se manter no poder por meio de ações antidemocráticas que ecoam estratégias utilizadas por Trump durante sua presidência.

A retórica de Trump inclui perseguições a opositores, ameaças a países vizinhos e ataques a jornalistas e críticos. Essas táticas lembram o regime do ditador nicaraguense Daniel Ortega, que também emprega medidas drásticas contra seus adversários políticos. O uso das tarifas como arma política não é apenas uma questão comercial; é um reflexo do desejo de Trump em proteger aliados autocráticos e minar instituições democráticas.
Paul Krugman, economista vencedor do Prêmio Nobel e colunista do New York Times, não poupou críticas à medida. Ele descreveu as tarifas como “diabólicas” e “megalomaníacas”, afirmando que não há fundamentos econômicos que justifiquem tal ação. Em suas palavras: “A última carta de Trump impondo tarifas ao Brasil merece um boletim especial. Essa medida é essencialmente uma tentativa de livrar Jair Bolsonaro da condenação por suas ações antidemocráticas.”
Historicamente, os Estados Unidos têm tratado a América Latina como seu quintal, onde interveem conforme suas conveniências políticas e econômicas. As tarifas anunciadas por Trump são vistas como uma intervenção direta nas questões internas do Brasil, algo que até veículos conservadores como o jornal Estado de São Paulo reconheceram como inaceitável.
Os dados econômicos revelam que as vendas americanas ao Brasil superaram as importações em US$ 88,6 bilhões nos últimos 16 anos. Isso indica que o Brasil não é um rival econômico à altura que justifique uma retaliação tão severa. A real motivação parece ser mais política do que econômica.
O bolsonarismo é frequentemente visto como uma imitação grosseira do trumpismo; ambos compartilham táticas semelhantes para silenciar opositores e manipular narrativas. A estratégia de Trump com as tarifas é um claro exemplo disso: usar instrumentos econômicos para proteger aliados autocráticos enquanto ataca democracias emergentes.
Com isso, fica evidente que o tarifaço não é apenas mais uma questão comercial; é um ataque frontal à democracia e aos princípios da justiça internacional. Essa situação exige vigilância crítica da comunidade internacional e questionamento sobre as verdadeiras intenções por trás das políticas comerciais de líderes autocráticos.
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