Itapema, 24 de junho de 2025– A Justiça Eleitoral decidiu, nesta segunda-feira (23), pela cassação dos diplomas do prefeito Carlos Alexandre de Souza Ribeiro, conhecido como Xepa (PL), e do vice-prefeito Eurico Marcos Osmari (Republicanos), em uma ação que levantou questões sobre o uso indevido de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2024. A decisão foi proferida pelo juiz eleitoral Luciano Fernandes da Silva, da 91ª Zona Eleitoral, e a medida se baseia em alegações de que ambos teriam utilizado a Associação Beneficente Amigos do Morretes como um meio para favorecer sua candidatura.
Segundo a sentença, a participação do então candidato em eventos da associação, que incluíam a distribuição de alimentos e outros bens à comunidade, teria desequilibrado a disputa eleitoral. O juiz argumentou que as ações realizadas por Xepa foram percebidas mais como uma estratégia política do que um ato altruísta. O documento ressalta a presença do prefeito em diversas atividades assistenciais, destacando eventos como o aniversário dele, onde houve distribuição de alimentos em larga escala.
Clóvis José da Rocha Júnior (PSD), o concorrente que ficou em segundo lugar nas eleições, foi quem moveu a ação contra os atuais mandatários. Ele alegou que as atividades promovidas pela associação durante o período eleitoral criaram uma vantagem indevida para Xepa. O juiz sustentou que a magnitude dos eventos realizados demonstrou um “nítido propósito” de obter dividendos eleitorais, afetando assim a igualdade entre os candidatos.
Embora a decisão determine a inelegibilidade do prefeito por oito anos, até 2032, tanto Xepa quanto Osmari podem continuar exercendo suas funções enquanto recorrem da sentença. Caso o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) confirme a cassação após o trânsito em julgado, novas eleições poderão ser convocadas para preencher os cargos.
Em resposta à decisão, o prefeito declarou que seu trabalho com a associação é voluntário e não está vinculado ao poder público. Ele afirma ter tomado conhecimento da sentença pela imprensa e já anunciou planos de recorrer da decisão.
A defesa dos mandatários argumenta que as ações foram mal interpretadas e que não houve intenção de manipular o processo eleitoral. O caso levanta discussões importantes sobre as práticas eleitorais no Brasil e o papel das associações beneficentes na política local.
Enquanto isso, a população de Itapema aguarda o desdobramento desse polêmico caso que pode mudar o cenário político da cidade nos próximos meses. A reportagem continua acompanhando os desdobramentos e atualizações relacionadas ao caso.
Nota Oficial do Prefeito Alexandre Xepa:
“Tomei conhecimento pela imprensa de uma decisão em primeira instância que questiona um trabalho voluntário que realizo há mais de dez anos. Um projeto social que não tem, e nunca teve, qualquer vínculo com o poder público ou uso de recursos da Prefeitura.”
A situação continua sendo monitorada e novas informações serão divulgadas assim que disponíveis.