Em meio a crescentes tensões no Oriente Médio, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, fez um alerta contundente sobre as possíveis consequências de uma intervenção dos Estados Unidos na ofensiva israelense contra o Irã. Em uma entrevista exclusiva à BBC, Khatibzadeh afirmou que a entrada dos EUA na guerra resultaria em um “inferno na região”.
A declaração foi feita durante um evento em que Khatibzadeh enfatizou que o Irã está agindo em legítima defesa após ataques por parte de Israel, que, segundo ele, atingiram hospitais e resultaram na morte de importantes comandantes iranianos. Ele destacou que as ações do Irã são respaldadas pelo Artigo 51 da Carta da ONU e afirmou que o país continuará sua defesa até que os agressores aprendam a respeitar a soberania iraniana.
Khatibzadeh também abordou as preocupações internacionais sobre o programa nuclear do Irã, especialmente em relação ao enriquecimento de urânio a 60%, um nível considerado desnecessário para fins civis. Ele refutou as especulações sobre intenções nucleares do Irã, afirmando que o país não possui ogivas nucleares e é membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). O vice-ministro criticou Israel por suas ações agressivas e apontou que a falta de condenação por parte da AIEA e outras organizações internacionais é alarmante.
Enquanto as negociações diplomáticas estão em espera, Khatibzadeh deixou claro que o Irã está disposto a retomar o diálogo assim que a agressão for interrompida e os responsáveis forem responsabilizados. A situação continua tensa, com a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos dessa crise.
Jornalismo O Janelão / BBC
