Brasília, 16 de junho de 2025– Em um cenário político marcado por tensões entre o governo e o Congresso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou a importância da votação do requerimento de urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/25. Este projeto visa suspender a recente alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e a votação se tornou uma forma de os parlamentares expressarem seu descontentamento com as políticas fiscais atuais.
Durante uma coletiva de imprensa na noite desta segunda-feira, Motta enfatizou que os deputados estão cansados de medidas que priorizam o aumento da arrecadação através de impostos, sem considerar a necessidade urgente de cortes nas despesas públicas.
“O governo está entendendo esta mensagem. Será simbólica pelo sentimento da Casa e vamos aguardar os próximos passos. A Câmara vai continuar defendendo o que é melhor para o Brasil”, afirmou.
Além disso, Motta revelou que esteve em reuniões com o presidente Lula e outros líderes partidários, onde discutiu a necessidade de uma agenda comum focada na responsabilidade fiscal e no corte de gastos. “Não tem como se ter uma agenda de corte de despesa sem o Executivo entrar nesta pauta”, alertou.
Acordo entre governo e parlamento
Em meio a essa discussão acalorada, foi firmado um acordo para evitar a votação imediata do mérito da proposta que pode derrubar o decreto do IOF. O objetivo é acelerar a tramitação apenas da urgência da proposta nesta segunda-feira, deixando a análise mais profunda para duas semanas depois. Esse acordo envolveu ministros do governo Lula e líderes partidários, refletindo uma tentativa de manter um canal aberto de diálogo entre os Poderes.
Apesar das tensões, Motta ressaltou que a relação entre o Congresso e o Executivo deve ser pautada pela lealdade e franqueza.
“Queremos que o Brasil dê certo por meio de medidas estruturantes, de melhoria do ambiente econômico”, concluiu.
Reações e expectativas
A proposta de suspensão da alta do IOF é vista como uma resposta à insatisfação dos parlamentares com a lentidão no cumprimento das promessas do governo, especialmente no que diz respeito ao pagamento das emendas dos congressistas. A irritação com a gestão fiscal atual é palpável, e muitos deputados estão dispostos a agir para garantir que seus interesses sejam ouvidos.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também comentou sobre o assunto em suas redes sociais, elogiando a postura responsável de Motta e destacando sua capacidade de trazer previsibilidade à pauta legislativa.
Com as próximas semanas se aproximando, todos os olhos estarão voltados para as movimentações no Congresso e as respostas do governo às demandas dos parlamentares. A votação da urgência do PDL 314/25 será um teste crucial para a relação entre os Poderes e para as políticas econômicas que moldarão o futuro fiscal do Brasil.
