Uma tragédia marcou uma confraternização familiar em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, onde três pessoas perderam a vida após consumirem um bolo que, segundo as investigações, estava contaminado com arsênio, uma substância altamente tóxica. Os primeiros resultados laboratoriais, coletados pelo Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, confirmaram a presença do veneno no sangue de Neuza Denize Silva dos Anjos, que faleceu na noite de terça-feira (24/12), e também nos dois sobreviventes – uma mulher e seu sobrinho-neto de 10 anos – que continuam hospitalizados e estão “clinicamente estáveis”.
O delegado Marcos Vinícius Veloso, que lidera as investigações, revelou à RBS TV que a única pessoa da casa que comeu duas fatias do bolo foi a mulher que o preparou. Essa informação levanta sérias suspeitas sobre a natureza do incidente.
“A maior concentração do veneno foi encontrada no sangue dela”, afirmou Veloso, enquanto a polícia apura se as mortes foram causadas por envenenamento intencional ou intoxicação acidental.
Além de Neuza, as irmãs Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, e Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43 anos, também faleceram em decorrência de paradas cardiorrespiratórias.
O cenário é ainda mais complexo devido ao histórico familiar: o marido da mulher que fez o bolo havia morrido em setembro passado com um quadro semelhante de intoxicação alimentar. A polícia decidiu exumar o corpo dele para verificar se houve envenenamento.
Os exames realizados indicaram que o arsênio encontrado é frequentemente utilizado em pesticidas e outros produtos químicos controlados. A venda deste elemento é restrita por lei, o que intensifica as suspeitas sobre a possibilidade de envenenamento intencional. O delegado Veloso destacou que a investigação está focada em entender os eventos que levaram a essa situação trágica e se outras pessoas podem ter sido afetadas.
As autoridades pedem cautela à população e reforçam a importância de relatar qualquer suspeita relacionada ao caso. A comunidade local aguarda ansiosamente por respostas enquanto os investigadores trabalham para esclarecer os detalhes dessa tragédia familiar. A Polícia Civil continua mobilizada e pede àqueles que tenham informações relevantes sobre o caso que se apresentem.
Este triste episódio serve como um lembrete da fragilidade da vida e da necessidade de vigilância quanto à segurança alimentar. As investigações prosseguem na busca pela verdade e pela justiça para as vítimas e suas famílias.
Fonte: RBS
