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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou nesta segunda-feira (8) o sigilo que recaia sobre o inquérito que apura suposta apropriação indevida de joias da Arábia Saudita.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal (PF) na semana passada, todas apontadas como envolvidas na tentativa de desviar e ocultar o presente dado pelas autoridades sauditas.
Uma investigação da Polícia Federal aponta um suposto desvio de joias e presentes por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o relatório da PF, Bolsonaro e ex-assessores teriam desviado peças valiosas do acervo presidencial para vendê-las ilegalmente nos Estados Unidos, visando o enriquecimento ilícito do ex-presidente.

A investigação aponta que um dos envolvidos, Mauro Cesar Lourena Cid, teria repassado 25 mil dólares em espécie a Jair Bolsonaro. Além disso, o texto destaca a dificuldade em vender algumas das peças que não seriam inteiramente de ouro, bem como a tentativa de custear despesas de Bolsonaro nos Estados Unidos com a venda das joias.
Segundo relatório da investigação:
Diante do exposto, a análise parcial dos dados analisados revelou que MAURO CESAR LOURENA CID teria guardado em sua residência, na cidade de
Miami, objetos (barco e árvore dourados) que possivelmente foram dados como presentes oficiais de autoridades estrangeiras a JAIR MESSIAS BOLSONARO em viagens internacionais. Em seguida, MAURO CESAR LOURENA CID e seu filho MAURO CESAR BARBOSA CID encaminharam os objetos desviados, pertencentes ao acervo público brasileiro, para estabelecimentos comerciais especializados, para serem avaliados e alienados (diretamente e/ou por leilão). Além disso, os elementos de prova colhidos, demonstraram que MAURO CESAR LOURENA CID recebeu, em nome e em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO, pelo menos 25 mil dólares, que teriam sido repassados em espécie para o ex-Presidente, visando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal. Os dados ainda indicam, a utilização de uma conta bancária, provavelmente vinculada a LOURENA CID, para movimentação de valores, que podem ser oriundos da venda de outros itens ainda não identificados, recebidos pelo ex-Presidente JAIR BOLSONARO e desviados do acervo público brasileiro, pelos investigados.

Divulgação/Alesp
Houve receio de usar sistema bancário formal, diz PF
PF: O conteúdo do áudio revelou inicialmente que o general MAURO LORENA CID estaria com 25 mil dólares, possivelmente pertencentes a JAIR BOLSONARO. Na mensagem, MAURO CID deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário formal para repassar o dinheiro ao ex-Presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai, diz: “Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (…) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (…). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor ne? (…)”.
Cid relatou dificuldade em vender peças que não são inteiramente de ouro
PF: Em seguida, MAURO CID esclarece sobre a tentativa de venda das esculturas douradas (barco e árvore), que, conforme já exposto, seriam presentes entregues por autoridades estrangeiras, ao ex-Presidente da República Jair Bolsonaro, quando de sua visita oficial no Oriente Médio, diz: “(…) aquelas duas peças que eu trouxe do Brasil: aquele navio e aquela árvore; elas não são de ouro. Elas têm partes de ouro, mas não são todas de ouro (…) Então eu não estou conseguindo vender. Tem um cara aqui que pediu para dar uma olhada mais detalhada para ver o quanto pode ofertar (…) eu preciso deixar a peça lá (…) pra ele pdoer dar o orçamento. Então eu vou fazer isso, vodue deixar a peça com ele hoje(…)”.
PF: venda de joias foi para Bolsonaro em espécie e custeou estada nos EUA
PF (Polícia Federal) afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria formado uma associação criminosa para desviar milhões em presentes recebidos por ele em visitas oficiais para outros países enquanto Chefe de Estado e que o dinheiro resultante das negociações era passado para ele em espécie. As informações constam do relatório final do inquérito da PF sobre a investigação, tornado público nesta segunda-feira (8).
Cabe ressaltar que essas informações são baseadas no relatório da Polícia Federal e que o caso está sob análise do Supremo Tribunal Federal.
É importante aguardar os desdobramentos da investigação para mais esclarecimentos sobre o assunto.
Fontes: Agência Brasil/ Uol / CNN
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