Acolhidas e ex-acolhidas da Casa das Anas manifestam apoio ao serviço prestado pela ONG

No segunda-feira (27), um grupo de mulheres acolhidas e ex-acolhidas da Casa das Anas em Balneário Camboriú para manifestar a importância do serviço realizado pela ONG no acolhimento a mulheres vítimas de violência. Essas mulheres deram apoio à administração da instituição, ressaltando a idoneidade e transparência no serviço prestado, que tem sido de suma importância em suas vidas e na vida de seus filhos.

‘A Casa das Anas é uma ONG sem vínculo com a igreja Bola de Neve e nunca recebeu recursos financeiros da Igreja. 

Os depoimentos das acolhidas e ex-acolhidas ganharam relevância depois das últimas notícias. Nove mulheres decidiram compartilhar suas experiências e relatos, espontaneamente, para reforçar a confiança na instituição e esclarecer a importância do trabalho da Ong para a sociedade.

Entre os relatos, é possível perceber como o acolhimento proporcionado pela Casa das Anas tem sido um verdadeiro porto seguro para mulheres em situação de vulnerabilidade e violência doméstica. Muitas delas descrevem o serviço como fundamental para a reconstrução de suas vidas, proporcionando apoio emocional, orientação jurídica e psicológica, além de abrigo seguro para elas e seus filhos.

Todas as mulheres, preferem manter sua identidade em sigilo, e vamos chama-las de Ana 1, Ana 2 e assim por diante;

As acolhidas e ex-acolhidas também destacam a seriedade e a transparência com que a instituição realiza seu trabalho. Segundo elas, a equipe da Casa das Anas sempre agiu com ética.

Imagem Ilustração

DEPOIMENTO ANA 1

Ana 1,  expressou a sua gratidão pela equipe de educadoras que fornecem todo o suporte necessário para que elas possam reconstruir suas vidas em um ambiente seguro.

“Eu tenho 43 anos, sou cadeirante. Estou acolhida na casa há 10 meses, vim encaminhada pelo programa Abraço, por meio de uma medida protetiva contra o meu irmão, ao qual eu sofri ao longo da minha vida diversas agressões, sejam elas físicas, psicológicas, morais e entre muitas outras. A Casa das Anas me acolheu, me resgatou, me deu a oportunidade, de ter uma rede de pessoas que trabalham em prol de nos auxiliar desde a hora que a gente chega. Porque quem sofreu violência como eu, que já levei uma facada, que já fui agredida verbalmente, que já fui agredida fisicamente, ter esse espaço onde tem pessoas que nos ajudam diariamente é extremamente importante.” Destacou Ana 1

Ana 1, ainda disse que além de proteção civil, a ONG também oferece acompanhamento com assistentes sociais, advogados e psicólogos, o que é fundamental para o seu processo de recuperação. Ela ressalta que não tem palavras suficientes para expressar sua gratidão por toda a ajuda recebida dessa excelente equipe.

DEPOIMENTO ANA 2

Ana 2, acolhida na Casa das Anas, revela sua experiência de violência doméstica e a dificuldade em reconhecê-la inicialmente. Ela relatou que a violência afetou sua saúde mental, autoestima e capacidade de trabalhar, que é algo que ela valoriza muito. Além disso, Ana 2 mencionou a falta de cuidado e tratamento adequado para seus dois filhos com necessidades especiais, o que contribuiu para sua escolha de buscar ajuda na Casa das Anas.

“Tenho 33 anos agora, 3 filhos. E fui acolhida aqui há um mês e alguns dias. Tive dificuldade em tomar essa decisão, pois meu agressor constantemente me desencorajava e afirmava que eu não teria apoio devido à situação meus filhos. No entanto,  encontrei acolhimento e suporte na instituição. Foi bom saber que tem lugares que acolhem mulheres. A gente tem a oportunidade de sair dos ciclos de violência, nós estamos nesse ciclo, e tem a oportunidade de ficar num lugar em que seus filhos possam ficar com você, ter o apoio psicológico, e todo tipo de suporte pra você se virar daqui pra frente é maravilhoso.” 

DEPOIMENTO ANA 3

A mulher acolhida, Ana 3, relata que entrou na Casa das Anas em 2019 com seus três filhos. Ela estava perdida e não sabia o que fazer da vida, mas encontrou um acolhimento especial na casa. Durante o tempo em que esteve lá, Ana descobriu que estava assistente e estava em um estado psicológico muito ruim. No entanto, a casa a apoiou em todos os aspectos, mesmo sem ter um psicólogo, e ela se sentiu renovada com a experiência. Ana 3 também menciona que tem mais um filho para criar e que a casa a ajudou a evitar que ela tivesse mais problemas.

“A Casa me ajudou em todas as questões mesmo, né? Quando nasceu o meu filho, ele ficou, saimos da casa, qaundo ele tinha um ano e dois meses, foi muito amado, muito cuidado por todos lá, amo muito a casa, e a minha gratidão pela casa é eterna. E sempre que eu posso eu vou na casa,…., eu quero conhecer as meninas novas e sei lá o quanto é especial, o quanto é bom tá ali, ter cuidado, ser amada, né? A gente entra na casa destruída, a gente chega só com a roupa do corpo, só com as crianças fugindo da casa.” Finalizou a Ana 3

DEPOIMENTO ANA 4 

Ana 4, de 27 anos é mãe de um bebê fruto de um relacionamento agressivo e abusivo contou que sofreu problemas psicológicos e físicos.

“Com o apoio da ONG (Casa das Anas) pude ter a oportunidade de recriar a minha história e ver que posso reconstruir minha história e cuidar do meu filho. A casa das anas por sua vez auxiliando na nossa independência física, moral e psicológica, nos coloca na posição de nos mostrar que somos capazes de viver, de continuar e com isso temos oficinas ,encaminhamentos jurídicos, saúde e trabalho”

Ana 4 falou também que o acolhimento vai além de apenas oferecer um lugar para ficar, é como uma família. A equipe da casa se dedica em conhecer as necessidades de cada pessoa acolhida e adaptar o ambiente para proporcionar conforto e convívio. No caso de Ana 4, ela destaca a importância da pedagoga da casa, que auxiliou e encaminhou seu filho para a creche, facilitando sua rotina de trabalho. Ela se sente grata por ter um local onde pode dormir com seu filho, ter um trabalho e contar com o apoio da equipe técnica da Casa das Anas, que oferece um suporte de qualidade. A casa se tornou um lar temporário significativo para ela.

DEPOIMENTO ANA 5 

Ana 5 destacou a importância e o impacto significativo que a casa teve em sua vida. Ela menciona que chegou a tatuar a logo da casa em seu corpo como uma forma de demonstrar sua gratidão.

Tatuagem Ana 5

A mulher ressalta que todas as pessoas que trabalham na casa acolhem as meninas como se fossem da família, oferecendo apoio e suporte necessários para que elas possam sair do ciclo de violência e recomeçar suas vidas longe dos agressores. A ex Ana expressa sua gratidão eterna à casa e ao trabalho realizado por seus profissionais.

“Eu cheguei a tatuar a logo dela em mim! Todas que trabalhavam lá dentro abraçam as meninas como se fossem da família dando apoio e suporte suficiente pra saírem de lá e recomeçarem a vida longe dos agressores!!! Sou eternamente grata por essa casa e pelo trabalho delas!!”

DEPOIMENTO ANA 6

Ana 6 disse que a Casa das Anas em Balneário Camboriú não é apenas uma instituição, ONG ou abrigo, mas sim um lugar amplo e eficaz no combate à violência contra mulheres e crianças. É um local de proteção, cuidado, empatia e muito amor, onde aprendemos sobre dependência emocional e a importância de afastar-se do ciclo de violência.


“Minha família e eu recebemos apoio físico e psicológico da equipe de apoio da casa, montando uma rede de apoio para recomeçar uma nova vida. As funcionárias da Casa das Anas têm o poder de transformar e libertar as mulheres, assim como curar os traumas, medos e inseguranças que a violência doméstica traz, não apenas para as mulheres, mas também para suas descendências. As funcionárias fazem com que mulheres sejam impactadas , renovadas e livres e não só as mulheres mais sua descendência também são curados de traumas, medos e inseguranças que a violência doméstica traz como consequência. Amo a Casa das Anas. E se estou aqui “viva” ,é por causa desse lugar.” Finalizou Ana 6

Além desses depoimentos transcritos outras mulheres mandaram áudios falando no mesmo sentidos que a ONG “Casa das Anas” foi o único lugar onde leas encontram acolhimento e suporte para fugir do ciclo de violência em que estava inserida.

Todas destacaram que no local foram tratada com respeito, dignidade e puderam reconstruir minha vida com o auxílio dos profissionais.

É essencial que a sociedade entenda a importância desse serviço e continue apoiando a Casa das Anas.

One Comment on “Acolhidas e ex-acolhidas da Casa das Anas manifestam apoio ao serviço prestado pela ONG”

  1. Eu também sou uma Ana.Meu nome é Sabrina Tramontin estive acolhida com minha filha Emanuelli(7 anos) em 2018 na primeira Casa das Anas de BC.Eu sofria violência física e psicológica do meu ex marido por longos sete anos e não via vida fora dali porque dependia dele financeiramente e tinha mais medo do mundo lá fora por não ter ninguém por mim. Até que depois de muito sofrer tomei uma atitude de denunciar pq ele não passou a ameaçar a nossa filha também .Após a denúncia veio o medo de não ter pra onde voltar com uma criança pequena que dependia 100%de mim.Eu disse na delegacia que ia morar na rua porque não podia voltar pra casa senão realmente seria o nosso fim.No CREAS me falaram que seria encaminhada para uma casa que abrigava mulheres vítimas de violência.Meu medo continuou pq eu não sabia o que me esperava lá.Lembro-me como se fosse hoje eu sendo recebida pela cuidadora de plantão.Depois que adentrei aquelas portas nunca mais fui a mesma.Nunca em vinte e sete anos de vida senti tamanho amor,tamanho cuidado,comigo e principalmente com a minha filha.
    Eu cheguei lá sem esperança e nenhuma expectativa de vida,viciada.Me libertei através da Casa das Anas,tive todo apoio psicológico,espiritual consegui trabalho.APRENDI O QUE É DIGNIDADE.E lhes digo se não fosse através da Casa das Anas eu não estaria aqui viva e realizada.Concluí meu ensino médio,tenho minha casa, recuperarei a confiança da minha família,hoje estou fazendo faculdade crio minha filha sozinha e sou muito feliz e grata por ter tido a oportunidade que foi ter passado pela Casa das Anas.

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