O retorno ao cargo de titular do Planejamento de Balneário Camboriú do ex-prefeito e ex-secretário do mesmo cargo desde sempre na prefeitura de Balneário Camboriú (durante quase todo o governo de Pavan e como prefeito, coisa que o leva para perto de 20 anos – ou mais – na função), é o fato do dia. Ironia: é novidade.
Essa volta aos antigos cidadãos das administrações de Pavan à crista da onda na cidade representa, ao fim e ao cabo, o fracasso das intenções de “novas ideias”. Na verdade, a cidade precisa de ações, até aqui não implementadas devidamente, justamente pela ausência de um planejamento decente. A comprovação está nas mudanças havidas e não apenas nessa área.
Realmente, o bordão “novas ideias” foi apenas isso: um bordão eleitoral de processamento inútil. É que o trivial necessário é mais presente em todas as áreas, sem invencionices de qualquer espécie. Sem “novas ideias” ou velhas. Só o cotidiano. Saúde precisa de médicos, remédios, bom atendimento, demanda adequada de consultas. Educação precisa de bons e satisfeitos professores, escolas bem estruturadas e seguras, número de vagas suficientes, merenda escolar em dia, uniformes entregues nas épocas certas e com qualidade e um calendário pedagógico eficaz. Saneamento precisa de esgoto tratado, rios livres de poluição, água suficiente, escoamento pluvial com máxima eficiência (ou tanto quanto possível, pela condição geográfica da cidade). Inclusão social precisa de recursos e ação para cuidar das populações carentes. Nossos idosos precisam ser bem cuidados e ter segurança para andar nas ruas. Mobilidade urbana deve visar correção dos pisos das nossas calçadas – irregulares e maltratados ao extremo e fluxo bom de veículos nas entradas e saídas da cidade. Segurança precisa de policiais e políticas corretas de policiamento.
Isto para falar apenas das coisas mais óbvias. Portanto, as ideias são sempre as mesmas – nem novas e nem velhas. Se fizerem o trivial bem feito, está ótimo.
A posse de Rubens Spernau leva a crer que, em verdade vos dizemos, as fórmulas não precisam ser inventadas, pois não há novas fórmulas capazes de revolucionar a cidade. Ideias não são nem velhas e nem novas. São apenas boas ou ruins. Praticáveis ou impraticáveis.
Fica aqui um questionamento. A cidade, do jeito que está, estruturou-se adequadamente ao longo desses anos todos para enfrentar o seu futuro? Os problemas que temos hoje justificam isso ou não? Fez-se a coisa certa? O que falta? Onde mais se falhou e onde mais se acertou nesse tempo todo?
Essas perguntas podem ser respondidas pelo próprio Spernau – pois tudo isso ele enfrentou durante o exercício de pastas durante o governo de Pavan e como prefeito por seis anos e vice-prefeito por outro tanto. O que ele confirmaria agora como bom, comparando ao que fez durante seus tempos passados de mando? E o que evitaria fazer?
E a pergunta final: qual o caminho agora, sem a fantasia carcomida da “Teoria da Janela Quebrada”, insistida por Edson Kratz, na imitação pouco razoável do ex-prefeito Rudolf Giuliani de Nova Iorque na década de 90?