Candidaturas demais: suicídio da representação regional

A multiplicação de nomes para concorrer às eleições deste ano na região, principalmente em relação à Assembleia Legislativa, representa um mal comum em muitas eleições passadas: acaba-se por dispersar ou pulverizar votos importantes para o fortalecimento político perante o Estado. Na última, elegemos apenas Leonel Pavan, do PSDB, ainda assim em uma proporção de votos quase insuficiente (43.470 votos). Com menos 2.500 votos não chegaria. Disputaram o voto da região e não se elegeram Volnei Morastoni (27.069 votos), Élcio José Kuhnen (19.475 votos), Osvaldo Gern (18.416 votos), Fábio Flor (15.714 votos), Níkolas Reis (12.860 votos), Cláudio Dalvesco (12.703 votos), Clayton Batschauer (8.085 votos), Edson Olegário (6.932 votos), Marcelo Werner (6.545 votos), Jefferson Schmidt (770 votos), Ricardo Loppnow (518 votos). E estamos falando apenas de três cidades com candidatos: Itajaí, Balneário Camboriú e Camboriú. Não há quociente eleitoral que resista.

Os números atuais andam por aí, consideradas candidaturas no eixo Itapema, Bombinhas, Balneário Camboriú, Camboriú e Itajaí. E levadas em conta as de viabilidade possível e as perdidas por antecipação, lançadas apenas numa duvidosa e perdulária “fixação de bases partidárias” para 2020, nada mais que isso. Ou seja: preocupação zero com representação legislativa.

O que seria ideal? Que os partidos e seus líderes criassem consciência de priorizar a região ao invés de seus próprios umbigos. Bem eles, os partidos ou os políticos, que exigem isso da população. Como se poderia fazer isso? Que os partidos só lançassem nomes viáveis eleitoralmente, mediante pesquisas confiáveis de tendência do eleitorado. Pesquisas existem para isso. Na relação da eleição passada, notam-se cinco ou seis nomes inexpressivos eleitoralmente que só atrapalharam o conjunto de votos necessários em nome de nomes mais viáveis da região. Pior: muitos deles virão de novo e fracassarão novamente, pois continuam inexpressivos. A isto alia-se a natural garimpagem de votos de candidatos de outras regiões por aqui, girando em torno de metade ou pouco menos dos votos bons da Amfri, indicando que, por isso mesmo, nossos nomes precisam de representatividade real, serem fortes e expressivos, para compensar esse fenômeno inevitável e não estimular evasão.

Noutra latitude, em verdade se diz, precisamos de nomes comprometidos, que não se elejam com intenção de não cumprir o mandato. Os exemplos são fartos: Dado Cherem se elegeu duas vezes (oito anos de mandato) e ficou seis na Secretaria da Saúde do Estado. Como suplente, Piriquito também assumiu e não cumpriu o mandato. O próprio Pavan, agora, se elegeu e foi para a Secretaria do Turismo. Nada contra, nem em relação ao trabalho que fizeram, mas ao deixarem os mandatos abriram espaço para suplentes de outras regiões, maculando e reduzindo a nossa já modesta representatividade.

Há que haver um comprometimento sério em relação a isto e o único que até agora confirmou que cumprirá o mandato integral foi Carlos Humberto, do PR, assegurando, ainda, que, sendo oposição ou da base aliada do próximo governo, ficará lá por quatro anos e sem se deixar levar pelo oportunismo de indicar apadrinhados para cargos no Executivo. Porque todos os demais empilharam apaniguados em cargos comissionados por lá. Às pilhas. Esta já é uma boa recomendação por parte de Carlos Humberto, além da qualidade do próprio candidato.

No caso de Carlos Humberto, aliam-se várias e notórias vantagens: é um nome renovador em si mesmo (ético, fiel companheiro político, sem embaraços de quaisquer espécies, jovem, empresário de sucesso, não é político de carreira, tem sólidas bases pessoais e comunitárias de comprovada integração com a cidade e região e, sem dúvida, alta viabilidade eleitoral).

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