Há uma forte reação contrária dos proprietários – unânime -, contra a construção de um parque inundável a partir das arrozeiras do município. Se insistirem com isso, vão encontrar dificuldades pela frente. Se conseguirem, os prefeitos (principalmente Elcio Kuhnen, de Camboriú) vão criar uma indisposição popular contrária das mais acirradas. Coisas de se arrepender muito – tarde demais.
Os arrozeiros ocuparam o plenário da Câmara Municipal de Camboriú na noite de terça-feira, 5, quando vários vereadores manifestaram seu apoio à revogação do decreto que criou o parque inundável, porque, segundo eles, é a sua principal e única atividade de sobrevivência – e muitos deles não sabem fazer outra coisa, pois estão ali há décadas.
Dizem os agricultores que a indenização, para uns, mal dará para adquirir uma casa para morar, comprometendo a manutenção familiar.
A cultura do arroz ainda é uma das principais atividades econômicas dos colonos de Camboriú, por isso a estranheza de ocupar suas terras com o parque. Um dos proprietários, Ernesto Schroeder, é dono de mais de 17 hectares e ele mesmo é contra, pois, segundo diz, a sua vida está garantida e a produção de arroz está entregue a meeiros, mas se preocupa com o destino dos demais, muitos deles donos de pequenas glebas.
Os arrozeiros querem a revogação do decreto 3324/2018 ou irão ao Ministério Público, para ingressar com uma Ação Civil Pública, contestando a lei.
Há outras soluções de engenharia para acumulação de água bruta na região. Pequenas barragens próximo das nascentes já foram cogitadas, inclusive, na gestão do prefeito Spernau por Gerson de Borba Dias, então diretor geral da Emasa. E ao longo do rio, acima das arrozeiras, há áreas que podem servir ao propósito, também. A decisão atual parece, portanto, simplória, comodista. Pior, foi assumida sem combinar com os atingidos ou sem sua concordância expressa, daí os protestos.